Divagações: Nanny McPhee and the Big Bang

Qual é exatamente a mágica dos filmes com babás? Seja em Mary Poppins , The Sound of Music , Mrs. Doubtfire ou em The Nanny Diaries , ...

Qual é exatamente a mágica dos filmes com babás? Seja em Mary Poppins, The Sound of Music, Mrs. Doubtfire ou em The Nanny Diaries, essa pessoa que vem ajudar a família a cuidar ‘dos pestinhas’ conquista facilmente o coração do público e a simpatia das crianças. Muitas vezes servindo como figuras maternas, as babás do cinema são poderosas, corajosas, inteligentes, determinadas e carinhosas. Pensando bem, quem não gostaria de uma pessoa assim dando todo o apoio que você precisa durante a infância?

Nanny McPhee and the Big Bang, assim como o filme anterior protagonizado pela mesma personagem, segue essa mesma estrutura clássica, inclusive adicionando um pouco mais de mágica. Dessa vez, Nanny McPhee (Emma Thompson) precisa ensinar algumas lições para cinco crianças que vivem em uma fazenda na Inglaterra no período da Segunda Guerra Mundial. Três delas – Vincent Green (Oscar Steer), Norman Green (Asa Butterfield) e Megsie Green (Lil Woods) – são filhos da dona do local, Isabel Green (Maggie Gyllenhaal), cujo marido está lutando na guerra (Ewan McGregor, em uma participação relâmpago). Os outros dois são os primos da cidade, Cyril Gray (Eros Vlahos) e Celia Gray (Rosie Taylor-Ritson), que vieram para o campo fugindo dos perigos da guerra.

Além de ter que lidar com a rivalidade entre as crianças, Isabel também tem responsabilidades com a colheita e as dívidas da fazenda, de forma que o tio das crianças Phil Green (Rhys Ifans) mal vê a hora de vender o terreno. Assim, a ajuda da disciplinada Nanny McPhee é realmente bem-vinda, bem como a presença dos vizinhos, interpretados por Maggie Smith e Sam Kelly.

O grande destaque, no entanto, são as crianças. Em nenhum momento o filme menospreza a inteligência delas, sempre permitindo que elas encontrem as soluções para os próprios problemas (mesmo que isso implique em pedir ajuda para a babá em situações de desespero). Mesmo com o time equilibrado, é difícil não prestar mais atenção em Asa Butterfield, que tem belíssimos olhos azuis e, em breve, estará em Hugo.

Dessa forma, o roteiro bem equilibrado de Emma Thompson é somado a um elenco competente. Mesmo que os efeitos especiais não sejam os mais incríveis, eles são eficientes e garantem que boa parte da magia seja mantida. Tudo o que rodeia a protagonista é complementado com muita criatividade, especialmente a motocicleta e seus acessórios. Além disso, o recurso do ‘embelezamento gradual’, que recebeu bastante destaque no filme anterior, é mantido sem estardalhaços. Afinal, é preciso garantir unidade sem transformar a série em uma fórmula. Embora não haja nada confirmado, acredito que um terceiro filme ainda seria capaz de encantar sem entediar. De qualquer modo, não é preciso ver o filme anterior para assistir Nanny McPhee and the Big Bang, mesmo que haja uma leve referência.

Os pais, obviamente, talvez não embarquem na história tanto quanto os pequenos. Ainda assim, não é difícil se deixar levar por uma história tão leve e cheia de boas mensagens (sem apelos para uma educação preocupada com modos politicamente corretos). Dá uma vontade de voltar a ser criança! Pena que Nanny McPhee apareça quando precisamos, mas não a queremos e vá embora quando a queremos, mas não precisamos.

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