Divagações: Red 2

Apesar de não ter feito muito barulho, Red foi uma daquelas produções simpáticas que, mesmo sem apresentar nada incrível, agradava quem ...

Apesar de não ter feito muito barulho, Red foi uma daquelas produções simpáticas que, mesmo sem apresentar nada incrível, agradava quem queria ver um filme de ação mais engraçado e descompromissado do que seu principal concorrente na época, The Expendables.

Apesar disso, não botava muita fé em uma sequência, já que o resultado – mesmo favorável –, não era tão expressivo a ponto de justificar uma continuação imediata. Porém não só Red 2 saiu, como pisou no acelerador, dando ênfase justamente nos pontos fortes do primeiro filme e evitando aquele mormaço característico de continuações.

Anos depois de sua última aventura, Frank Moses (Bruce Willis) está de volta a sua vida pacata, agora ao lado de Sarah (Mary-Louise Parker). A tranquilidade, contudo, não dura muito, pois seu grande amigo paranoico, Marvin (John Malkovich), o procura quando seus nomes surgem em um documento vazado do governo, relacionado com uma perigosa arma nuclear construída pelo Dr. Bailey (Anthony Hopkins) e perdida desde a Guerra Fria. Essa situação os coloca em conflito não apenas com o governo americano, mas com outras figuras do passado de Frank, como a já conhecida Victoria (Helen Mirren), a misteriosa Katja (Catherine Zeta-Jones) e o assassino Han Cho Bai (Byung-hun Lee).

Como já disse, Red 2 merece ser elogiado por saber aproveitar e brincar com os elementos interessantes que saíram do primeiro filme. Deixando de lado a maioria das coisas que não deu certo, a produção aposta pesado no humor e nas relações pessoais, dando a personagens que facilmente seriam subaproveitados a chance de brilhar (nem que seja por uma ou duas cenas). O elenco está muito a vontade e até mesmo Bruce Willis, que saiu de uma sequência de filmes sofríveis, se diverte no papel e atua com naturalidade.

A ação é competente, mas não é nada de espetacular, tendo algumas boas sequências e nada efetivamente memorável. O fato do filme se passar em diversos locais do mundo faz com que ele se torne um pouco mais corrido do que precisava, já que para mim todas essas as viagens não parecem necessárias – mesmo proporcionando situações divertidas. Assim, talvez o filme se beneficiasse com uma enxugada leve em seu escopo.

A estética de quadrinhos está ainda mais marcada, com cortes e transições de cena que fazem referências diretas ao estilo. O ritmo também segue a mesma cadência, agradando aqueles que preferem um filme mais acelerado, onde sempre está acontecendo alguma coisa nova. Ainda assim, muitas situações funcionam mais como desculpa para gerar uma cena de comédia ou de ação interessante que para avançarem a história principal, que, sinceramente, não é lá grande coisa.

De modo geral, pode-se até dizer que este filme se enquadra nos raros casos de continuações que superam o original – mesmo que isso não represente muita coisa. Se você gostou do primeiro filme, este aqui tem tudo para agradar, e até mesmo vale uma olhada para aqueles que, apesar de gostarem de comédias de ação, acharam Red mediano, já que Red 2 não revoluciona, mas diverte e empolga ainda mais do que o anterior. 

Outras divagações:

Texto: Vinicius Ricardo Tomal
Edição: Renata Bossle

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