Divagações: Blended

Nem parece, mas já se passaram 10 anos desde que eu tive a feliz surpresa de entrar praticamente sem expectativas em um cinema para assis...

Nem parece, mas já se passaram 10 anos desde que eu tive a feliz surpresa de entrar praticamente sem expectativas em um cinema para assistir a 50 First Dates. O filme era leve, romântico e o casal principal, apesar de não combinar muito a primeira vista, acabava encantando com sua doçura. Assim, fiquei surpresa – ainda que um pouco receosa – de ver Adam Sandler e Drew Barrymore juntos novamente em Blended.

O filme conta a história da mãe de dois meninos, Lauren (Drew), que está saindo com um homem pela primeira vez depois do divórcio. Contudo, nada parece dar certo em seu encontro com Jim (Sandler) que, por sua vez, é pai de três meninas. Os dois se esforçam para dar o melhor de si com relação às crianças e percebem uma interessante oportunidade quando o chefe de Jim, que também é namorado da sócia de Lauren (!), desiste de fazer uma viagem com seus cinco filhos para a África. Nem preciso dizer que todos acabam embarcando nessa aventura e tendo uma convivência forçada como consequência.

Muito mais voltado para a comédia que para o romance, Blended consegue construir uma situação interessante, embora se perca na necessidade de forçar piadas. O espectador percebe facilmente que o filme está tentando o fazer rir durante todo o tempo, mas nem todas as cenas funcionam como deveriam, isso sem contar que o recurso acaba quebrando a magia. Assim, recomendo a companhia de gente que ri fácil e gosta de um humor mais físico. Também imagino que o filme se beneficiaria se tivesse alguns minutos a menos, já que beira duas horas de duração.

De qualquer modo, mesmo tendo alguns palavrões e insinuações, acredito que se trata de uma boa produção para ver com as crianças (clique aqui para ler o guia para pais, em inglês). Como há três meninas e dois meninos, existe uma variedade razoavelmente grande de faixas etárias para identificação, com a mais velha sendo uma adolescente descobrindo o amor (Bella Thorne) e a mais nova uma menina fofinha de aproximadamente cinco anos (Alyvia Alyn Lind).

Por ser passado na África, Blended também se aproveita de cenas com animais e belas paisagens. Como as interações reais são poucas, não é difícil supor que o elenco nunca tenha saído de um estúdio nos Estados Unidos. O resultado final pode até ser convincente visualmente, mas fica faltando alguma coisa importante.

Levando em consideração este aspecto e as piadas fracas, o filme acaba apelando para alguns absurdos, como as constantes aparições de Terry Crews como o animador do hotel. Por mais que eu me divirta com ele, tenho a impressão de que seu personagem foi explorado um pouco além do que deveria. Destaque (se é que essa é a palavra certa) também para Joel McHale, com um personagem completamente desprovido de humor. Além disso, o filme conta com a clássica lição de moral sobre como os pais abrem mão de sua própria felicidade em nome da alegria dos filhos.

Vale observar que Drew Barrymore está bonitinha como sempre e fica difícil se irritar com ela. Por sua vez, Adam Sandler parece um tanto quanto alheio em sua tentativa de ser menos incômodo. Assim, Blended faz pouco por quem estava ansioso em ver o casal novamente unido. Na verdade, estava pensando em assistir The Wedding Singer, a primeira parceria dos dois. Alguém me acompanha?

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