Divagações: Transformers - Age of Extinction

Até onde uma franquia cinematográfica pode ir? Não faz muito tempo que eu recebi a resposta “até o momento em que ela parar de dar dinhei...

Até onde uma franquia cinematográfica pode ir? Não faz muito tempo que eu recebi a resposta “até o momento em que ela parar de dar dinheiro para o estúdio”. Se essa for a resposta correta, os robôs prometem chegar longe, afinal, Transformers: Age of Extinction teve a melhor estreia do ano até o momento e arrecadou mais de U$ 100 milhões em seu fim de semana de estreia (embora existam controvérsias).

O filme é o quarto da série e mantém a direção de Michael Bay, por mais que os personagens ‘humanos’ não sejam mais os mesmos. Tudo se passa alguns meses após a aventura de Transformers: Dark of the Moon. Os Estados Unidos estão receosos com os robôs e a CIA, personalizada na figura de Harold Attinger (Kelsey Grammer), está promovendo uma verdadeira caçada. Ao mesmo tempo, o cientista Joshua Joyce (Stanley Tucci) acredita ter descoberto o segredo dos robôs.

Em meio a esse contexto amplo, um inventor de fundo de quintal, Cade Yeager (Mark Wahlberg), compra um caminhão velho para usar suas peças, mas acaba descobrindo que se trata de Optimus Prime (Peter Cullen), líder dos Autobots. Isso faz com que ele, sua filha Tessa (Nicola Peltz) e o namorado dela, Shane Dyson (Jack Reynor), acabem envolvidos em uma perseguição sem fim.

Sinceramente, tem coisa demais acontecendo em Transformers: Age of Extinction. Há personagens novos sendo apresentados a todo o momento e novos conceitos, tramoias e planos surgindo a torto e a direito. O pior é que quase nada faz sentido! A impressão que fica é que o exagero de informações serve apenas para confundir e distrair, tentando deixar o público tonto em frente ao que, na verdade, é uma história sem graça e com motivações fracas.

Funciona? Sim, mas apenas se você gostar muito das cenas de ação com os robôs. Nenhuma delas é particularmente memorável e os tão aguardados dinossauros (aqueles dos materiais de divulgação) só surgem após duas horas de projeção. Considerando que você vai ficar no cinema por 2h45min, talvez o dinheiro do ingresso passe a valer a pena em relação ao tempo médio de permanência na sala, mas suponho que existam opções mais divertidas.

Aliás, Transformers: Age of Extinction conseguiu um lugar de ouro no calendário. Em plena Copa do Mundo, poucas grandes produções ousaram estrear e, alavancado pela excelente recepção na China, o filme conseguiu resultados que talvez não fossem possíveis em outros momentos. Foi uma estratégia bem pensada! Será que conseguirão repetir o efeito no próximo? Sim, Transformers 5 já foi anunciado, embora ainda não tenha estreia prevista nem diretor confirmado (Michael Bay deve permanecer apenas como produtor).

Para quem vai encarar com um pacote de pipoca na mão, o filme tem um 3D competente e muito barulho. Mark Wahlberg tem pouco fôlego para as cenas de ação mais puxadas, mas ele segura o pose, enquanto o elenco mais novo alegra os olhos com sua beleza – em meio a tanto metal, não deixa de ser necessário. E Bumblebee aparece o suficiente para que ninguém sinta saudades dele.


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