Divagações: X-Men - The Last Stand
9.10.14
Não tenho uma boa memória, mas ainda lembro bem do contexto que envolveu o lançamento de X-Men: The Last Stand. Após o sucesso do filme anterior, o público estava ansioso e todos queriam ver o destino que seria dado para Jean Grey (Famke Janssen). Contudo, o diretor Bryan Singer pulou fora do barco para fazer Superman Returns – em um péssimo movimento para sua carreira – e acabou sendo substituído por Matthew Vaughn, que deixou a produção um ano depois, e, posteriormente, Brett Ratner assumiu o posto.
Obviamente, essas constantes mudanças de direção tiveram impactos criativos no filme, que também sofreu com múltiplos direcionamentos da Fox. Na época, o estúdio já estava pensando em fazer uma série com aventuras solo dos personagens, começando com X-Men Origins: Wolverine. Nem preciso dizer que eles precisaram mudar um pouco os planos...
X-Men: The Last Stand começa um pouco após X2. Cyclops (James Marsden) ainda não conseguiu lidar com os acontecimentos do filme anterior e Wolverine (Hugh Jackman) acaba mais envolvido com a escola de Charles Xavier (Patrick Stewart). Os mutantes já avançaram em suas conquistas civis e Beast (Kelsey Grammer) tem uma relação direta com o presidente dos Estados Unidos (Josef Sommer). No entanto, a realidade de todos é abalada quando surge uma possível cura para a mutação, com destaque para Rogue (Anna Paquin), que sofre com a proximidade entre Iceman (Shawn Ashmore) e Kitty Pryde (Ellen Page). Paralelamente, Magneto (Ian McKellen) decide usar a cura em seu favor, sempre com a ajuda de Mystique (Rebecca Romijn).
Com uma premissa interessante como a descrita acima, o filme poderia ser muito legal. Existe um grande potencial para falar com toda e qualquer minoria – especialmente aquelas que podem ser ‘curadas’ – e levantar perguntas importantes. Como acontece com os demais filmes da franquia, a ação serve para entreter o público e ganhar bilheteria, enquanto um tema maior mantém os cérebros ligados em algo mais importante, por mais que se concentrar na pipoca também seja efetivo.
O problema é que há duas situações que parecem tomar o controle de X-Men: The Last Stand. Uma é a trama envolvendo Jean Grey, que poderia render um filme por si só, mas acaba deslocada e mais atrapalha do que ajuda, desviando a atenção para sabe-se lá onde. Outra questão é a obsessão em dar um fim definitivo para a história, de modo que muitos personagens têm destinos forçados e que não condizem com sua importância na trama. Ou seja, é uma conclusão forçada e de gosto amargo – por mais que a última cena tenha seu apelo.
Assim, não é a toa que os filmes que vieram depois decidiram simplesmente ignorar boa parte dos acontecimentos mostrados aqui. X-Men: Days of Future Past, por exemplo, chega até a trazer flashbacks que mostram alguns momentos de Jean Grey, mas boa parte de seus acontecimentos contradizem abertamente o que acontece neste filme (e a produção não se deu nem ao trabalho de falar em linhas de tempo paralelas e coisas do gênero). Será que Bryan Singer tem interesse em reparar erros do passado e recontar essa história do jeito certo?
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