Divagações: Wimbledon

Tênis não é um dos meus esportes favoritos, nem de longe. As regras não são difíceis e toda a questão da elegância dos jogadores até tem ...

Tênis não é um dos meus esportes favoritos, nem de longe. As regras não são difíceis e toda a questão da elegância dos jogadores até tem seu apelo comigo, mas sinto que falta uma dose de emoção para que as partidas se tornem mais divertidas de acompanhar (vamos combinar, às vezes elas demoram podem horas). Em um filme, contudo, essa questão fica bem mais contornável.

Em Wimbledon, o inglês Peter Colt (Paul Bettany) está prestes a se aposentar das quadras. Ele, no entanto, não está muito animado com a perspectiva de dar aulas de tênis para senhoras em um clube e sua vida pessoal está confusa, com seus pais (Bernard Hill e Eleanor Bron) brigando constantemente e seu irmão (James McAvoy) sempre apostando contra em suas partidas. Mas tudo isso muda quando ele entra no quarto errado antes de seu último torneio, encontrando a nova queridinha do esporte, a americana Lizzie Bradbury (Kirsten Dunst).

O envolvimento dos dois é inevitável e traz uma motivação extra para o atleta. Para dar um pouco de graça, ela tem um pai autoritário (Sam Neill), um pretendente irritante (Austin Nichols) e um empresário maluquinho (Jon Favreau). E já que estou mencionando vários nomes interessantes do elenco, fiquem atentos para a participação de Nikolaj Coster-Waldau como o melhor amigo do protagonista.

Eficiente e bonitinho, Wimbledon mostra as supertições dos atletas e tenta explorar os bastidores de uma competição aclamada internacionalmente (além de fazer piadinhas com as nacionalidades). É engraçado ver como as atenções se voltam para Colt à medida que ele vence mais e mais partidas, até alcançar o ápice durante a final do torneio – sim, estou entregando um ponto importante, mas você já esperava que ele chegasse lá.

Os clichês incomodam um pouco, mas não tanto assim. O diretor Richard Loncraine soube usar bem sua protagonista famosa e Kirsten Dunst responde com grande naturalidade. Como o papel não apresenta grandes desafios (exceto os físicos), ela parece estar se divertindo a cada tomada. Para completar, Paul Bettany consegue convencer que o amor o faz jogar melhor!

O maior mérito de Wimbledon, assim, está justamente na humanização dos atletas. Há amigos, colegas, familiares... Em que outro filme sobre esportes é possível ver esse tipo de elemento como um motivador real dos protagonistas? Ao mesmo tempo, suponho que essas pessoas influenciem muito a sua própria vida.

Para completar, a produção conseguiu aproveitar um torneio real. Muitas cenas foram filmadas antes ou depois das partidas, aproveitando até mesmo o público que já estava presente para as disputas. Isso também acabou sendo uma forma esperta de promover o filme e de economizar o orçamento que seria usado em figuração.

Mesmo não sendo a mais emocionante das comédias românticas, Wimbledon é capaz de provocar risadas, sendo crível o suficiente para nos fazer embarcar na história de amor vivida pelos protagonistas e, também, levando a todos para dentro do torneio. Pois é... Eu, que nem sou fã do esporte, torci por alguém em uma partida ficcional de tênis.

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