Oscar 2018: Preparativos para a festa

Falta pouco para a noite de 04 de março, quando ficaremos sabendo quem serão os vencedores das estatuetas douradas. A escolha desses nom...



Falta pouco para a noite de 04 de março, quando ficaremos sabendo quem serão os vencedores das estatuetas douradas. A escolha desses nomes diz muito sobre a indústria cinematográfica de Hollywood. Ela evidencia preconceitos, aponta tendências e coloca uma espécie de selo de qualidade em determinados trabalhos, filmes e estilos.

Mas, esse ano, a Academia conseguiu também sair um passo à frente disso tudo. Enquanto a lista de indicados já costuma vir com muitas críticas embutidas, suscitando boicotes e protestos no tapete vermelho, dessa vez ela veio com algumas boas surpresas. Há a primeira mulher indicada a Melhor Fotografia e, também, uma presença feminina na categoria de direção, além de uma representatividade significativa de atores negros indicados. Resolve todos os problemas? Obviamente, não. Mas é um passo.

Outra questão que me chamou atenção está na relação entre as indicações a Melhor Filme e Melhor Atriz. Não raramente, as principais produções do ano contam histórias protagonizadas por homens e vários deles são indicados a Melhor Ator. Com isso, as categorias de atrizes trazem grandes performances, mas de filmes que estão ‘um escalão abaixo’, por assim dizer.

Mas não em 2018. Dos nove filmes indicados a Melhor Filme, três são protagonizados por mulheres e um é co-protagonizado – e todas as quatro foram alçadas a indicações na categoria de Melhor Atriz. Em relação às coadjuvantes, três concorrentes também vieram de produções presentes na categoria principal. São números similares aos que normalmente vemos entre os atores.

Para efeito de comparação, em 2017, apenas um filme era protagonizado por uma personagem feminina, enquanto três eram co-protagonizados. Além disso, em Melhor Atriz, apenas uma indicada vinha de um dos longas-metragens da categoria principal, mas todas as concorrentes na categoria de coadjuvante eram as principais personagens femininas de seus respectivos filmes.

Mais uma vez, não acredito que isso irá mudar o mundo e nem ao menos que caracteriza que todos os problemas de representatividade em Hollywood estejam resolvidos. Mas mostra que as coisas estão caminhando. E espero que, no próximo ano, as histórias sobre mulheres e contadas por mulheres não só mantenham esse espaço, mas cresçam ainda mais.

Por hora, preencho meu bolão ainda acreditando que muitos velhos conceitos devem se manter. Ao mesmo tempo, sinto que a voz feminina está começando a ser ouvida e aguardo por bons discursos – daqueles que podem inspirar mais pessoas a fazerem a diferença.

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