Quando os créditos começaram a rolar, acho que um dos meus primeiros pensamentos foi: “esse definitivamente é um filme de Richard Linklater”. Por mais que Everybody Wants Some!! não seja um dos títulos mais conhecidos do diretor, é inegável que ele carrega suas marcas narrativas e seus temas.
A história é bastante simples e se concentra nos três dias que antecedem o primeiro dia de aula de uma universidade nos Estados Unidos. Jake (Blake Jenner) é um calouro que se muda para uma das residências reservadas ao time de baseball da universidade. Entre os novos colegas, ele encontra de tudo: tem quem seja legal, chato, inocente, vivido, calmo, nervoso, metido a intelectual, claramente meio burro, envolvido com drogas e por aí vai.
Com tantas coisas a descobrir e em meio a uma quantidade absurda de festas, Jake vai se enturmando sem muitas dificuldades. Ao mesmo tempo, ele também vai construindo seu espaço nesse grupo e mostrando sua personalidade, especialmente ao se aproximar de uma estudante do departamento de artes, Beverly (Zoey Deutch).
Além disso, vale dizer que Everybody Wants Some!! se passa no ano de 1980. Dessa forma, há um latente senso de nostalgia do não vivido e, claro, tudo acontece em meio a cortes de cabelo ridículos (para os padrões atuais, especialmente os masculinos), figurinos cômicos e uma trilha sonora muito divertida.
Inclusive, a sensação que eu tenho é de que a produção conta uma mistura de várias histórias reais da época, vividas por Linklater e seus amigos. E, bem... O diretor tinha 20 anos em 1980 e um histórico com baseball. Ele também estudou na universidade retratada (o nome precisou ser mudado), frequentou os mesmos bares e morou em uma casa idêntica à construída para as filmagens.
Ou seja, é como se aquilo que está diante dos meus olhos já estivesse carregado de uma camada de exageros característica dos “causos” que são contados e recontados. Para completar, os jovens adultos retratados vivem uma liberdade sexual desenfreada, que logo estaria ameaçada – aliás, embora não haja nada demais em cena, eu não recomendaria deixar as crianças na sala.
Everybody Wants Some!! é, definitivamente, um filme carregado de hormônios e de muita energia. Os rapazes que acompanham o protagonista em todos os momentos são exatamente aquilo que se espera de jovens que acabaram de concluir o Ensino Médio (onde eram os maiorais) e que querem curtir ao máximo a liberdade de viver longe dos pais. Eles são extremamente competitivos, fazem idiotices, puxam o tapete alheio a troco de nada e, também, são parceiros. Parece contraditório, mas faz todo o sentido.
Sinceramente, isso poderia descambar para uma comédia descerebrada ou para algo meramente apelativo com muita facilidade. Mas Linklater consegue encontrar um estranho equilíbrio. Em todo o filme, os personagens parecem conscientes de que suas vidas estão prestes a mudar, de modo que encaram esse recorte de tempo como uma grande despedida antes da próxima etapa – e, por conta disso, o espectador também dá um “desconto” para eles.
Com um formato bastante solto e um divertido apelo nostálgico, a produção não agradou muito quem esperava por algo mais intimista e reflexivo (e/ou dramático), dando sequência a Boyhood. Já quem gosta de Dazed and Confused, por exemplo, pode encontrar algo de seu agrado. A verdade é que Everybody Wants Some!! tem uma simplicidade inerente que não o coloca em destaque, mas acredito que ele não deve ser ignorado.
Outras divagações:
Dazed and Confused
Before Sunrise
Before Sunset
Before Midnight
Boyhood
A história é bastante simples e se concentra nos três dias que antecedem o primeiro dia de aula de uma universidade nos Estados Unidos. Jake (Blake Jenner) é um calouro que se muda para uma das residências reservadas ao time de baseball da universidade. Entre os novos colegas, ele encontra de tudo: tem quem seja legal, chato, inocente, vivido, calmo, nervoso, metido a intelectual, claramente meio burro, envolvido com drogas e por aí vai.
Com tantas coisas a descobrir e em meio a uma quantidade absurda de festas, Jake vai se enturmando sem muitas dificuldades. Ao mesmo tempo, ele também vai construindo seu espaço nesse grupo e mostrando sua personalidade, especialmente ao se aproximar de uma estudante do departamento de artes, Beverly (Zoey Deutch).
Além disso, vale dizer que Everybody Wants Some!! se passa no ano de 1980. Dessa forma, há um latente senso de nostalgia do não vivido e, claro, tudo acontece em meio a cortes de cabelo ridículos (para os padrões atuais, especialmente os masculinos), figurinos cômicos e uma trilha sonora muito divertida.
Inclusive, a sensação que eu tenho é de que a produção conta uma mistura de várias histórias reais da época, vividas por Linklater e seus amigos. E, bem... O diretor tinha 20 anos em 1980 e um histórico com baseball. Ele também estudou na universidade retratada (o nome precisou ser mudado), frequentou os mesmos bares e morou em uma casa idêntica à construída para as filmagens.
Ou seja, é como se aquilo que está diante dos meus olhos já estivesse carregado de uma camada de exageros característica dos “causos” que são contados e recontados. Para completar, os jovens adultos retratados vivem uma liberdade sexual desenfreada, que logo estaria ameaçada – aliás, embora não haja nada demais em cena, eu não recomendaria deixar as crianças na sala.
Everybody Wants Some!! é, definitivamente, um filme carregado de hormônios e de muita energia. Os rapazes que acompanham o protagonista em todos os momentos são exatamente aquilo que se espera de jovens que acabaram de concluir o Ensino Médio (onde eram os maiorais) e que querem curtir ao máximo a liberdade de viver longe dos pais. Eles são extremamente competitivos, fazem idiotices, puxam o tapete alheio a troco de nada e, também, são parceiros. Parece contraditório, mas faz todo o sentido.
Sinceramente, isso poderia descambar para uma comédia descerebrada ou para algo meramente apelativo com muita facilidade. Mas Linklater consegue encontrar um estranho equilíbrio. Em todo o filme, os personagens parecem conscientes de que suas vidas estão prestes a mudar, de modo que encaram esse recorte de tempo como uma grande despedida antes da próxima etapa – e, por conta disso, o espectador também dá um “desconto” para eles.
Com um formato bastante solto e um divertido apelo nostálgico, a produção não agradou muito quem esperava por algo mais intimista e reflexivo (e/ou dramático), dando sequência a Boyhood. Já quem gosta de Dazed and Confused, por exemplo, pode encontrar algo de seu agrado. A verdade é que Everybody Wants Some!! tem uma simplicidade inerente que não o coloca em destaque, mas acredito que ele não deve ser ignorado.
Outras divagações:
Dazed and Confused
Before Sunrise
Before Sunset
Before Midnight
Boyhood

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