Divagações: I Love You Phillip Morris

Desde que eu soube que estavam adaptando o livro de Steve McVicker , eu quis ver I Love You Phillip Morris . Primeiro, porque a história par...

Desde que eu soube que estavam adaptando o livro de Steve McVicker, eu quis ver I Love You Phillip Morris. Primeiro, porque a história parecia ser interessante. Segundo, por causa do elenco. Terceiro, porque seria algo diferente do cinemão de todo dia – nem tão popular, nem tão alternativo.

Mas o tempo foi passando... E passando... O filme participou do primeiro festival em janeiro de 2009 (Sundance, aliás). Começou a ser distribuído para o grande público no início de 2010, mas apenas na Europa. Com o passar do semestre foi indo para a Ásia e, em junho, chegou ao Brasil. Infelizmente, o número de salas era bem reduzido e o filme permaneceu tão pouco tempo em cartaz que me distraí e acabei perdendo. Ainda assim, I Love You Phillip Morris chegou em DVD no Brasil antes da estreia nos Estados Unidos que, a propósito, foi no final do ano passado e apenas em circuito alternativo. Definitivamente, isso não era um bom sinal.

Claro que esse tipo de situação era minimamente esperada devido à temática do filme. Afinal, I Love You Phillip Morris conta a história de dois presidiários que se apaixonam. Steven Russell (Jim Carrey) era um homem casado, pai carinhoso de uma menina e religioso até que um acidente o faz se revelar e assumir um estilo de vida diferente. Ele assume ser gay e passa a gastar muito – muito mesmo – ao lado de seu namorado, Jimmy (Rodrigo Santoro, ainda falando pouco, mas aparecendo). Para manter essa mordomia, ele passa a aplicar pequenos golpes que, eventualmente, o mandam para a prisão. É lá que ele conhece Phillip Morris (Ewan McGregor), o homem que ele acredita estar destinado a ser o amor de sua vida. Em sua vida como detento, no entanto, ele mantém os mesmos hábitos e – através de pequenos golpes – consegue ser solto (e soltar seu amado). O detalhe é que isso se torna uma espécie de rotina.

Isso tudo seria muito engraçado como uma comédia. O detalhe é que muitas das tentativas de fuga mostradas no filme foram reais e, por mais absurdas que fossem, deram certo! Chega a ser trágico perceber como as pessoas conseguem ser enganadas facilmente. Jim Carrey está ótimo no papel, passando credibilidade para todo o desperdício de inteligência de seu personagem (convenhamos, ele poderia ganhar fortunas honestamente). Já Ewan McGregor me incomodou um pouco por não ser tão delicado fisicamente quanto o personagem parecia exigir. Além disso, ele não passava por loiro natural de jeito nenhum.

Mas não é a questão das fugas que tornaram o filme polêmico e sim o fato de os personagens serem gays. Não somente gays, mas estereotipadamente gays: desde as roupas até a maneira de falar e gesticular. Muitas pessoas devem ter ficado incomodadas com isso, mas a intensão principal era, basicamente, divertir. Espero, sinceramente, que as pessoas que vejam o filme, sejam ela homossexuais ou heterossexuais, tenham a mente aberta o suficiente para se divertir e rir das caricaturas ali presentes pelo que elas são. Talvez o filme chegue a passar do ponto em algum momento da brincadeira, mas qual é a comédia que não escorrega de vez em quando?

RELACIONADOS

0 recados