Divagações: Don’t Be Afraid of the Dark
18.10.11
Lá venho eu mais uma vez dizer que não sou fã de terror e não costumo
ficar com medo no cinema (levo sustos com músicas súbitas em qualquer filme ou
momento do dia, mas não tenho medo de meninas girando o pescoço nem de gêmeas
com vestidos de babados). Na verdade, andei pensando sobre o real público de um
filme de terror. Afinal, se você adora, deve perder o medo com o tempo, o que
não é legal. E se você tem muito medo, deve evitar esse tipo de filme. Suponho
que o ideal seja o ‘medroso ousado’, aquele que tem pavor, mas quer testar seus
limites e acaba fechando o olho quando a coisa aperta. Para esse tipo de gente,
recomendo Don’t Be Afraid of the Dark (não para você que acha muito legal ver
pessoas sendo torturadas ou mortas de jeitos absurdos).
A estrutura do filme é de um terror clássico. Sally (Bailee Madison) é
uma menina chata e problemática que a mãe simplesmente empurrou para o pai, Alex
(Guy Pearce). Ele, por sua vez, trabalha reformando casas antigas e as revendendo,
algo que agora faz em companhia da namorada Kim (Katie Holmes). Os três tentam
viver em harmonia na enorme e escura mansão que está em reformas, mas Sally
começa a se afastar do casal, alegando ouvir vozes que a chamam para brincar.
Com o tempo, no entanto, conversar com as criaturas que vivem no sistema de
ventilação da casa começa a assustar a menina – e a descoberta de um perigoso
porão, onda coisas horríveis aconteceram, também não ajuda.
Assim, o filme começa com um prólogo realmente marcante, que ajuda a
criar a tensão sobre os três personagens principais, especialmente Kim e Sally.
O cenário também colabora bastante nesse processo, inclusive o exterior da
casa, cheio de jardins e entulhos da reforma. A medida que a menina vai se
deixando envolver, a expectativa apenas cresce, criando mais suspense que
efetivamente assustando, o que é bastante eficiente e garante os melhores
momentos de Don’t Be Afraid of the Dark.
No entanto, as criaturas que deveriam assustar – e que não poderiam
aparecer na luz – começam a ser um tanto quanto frequentes demais no último
terço do filme, diminuindo o impacto do próprio medo do escuro. Afinal, se você
sabe que elas existem e são perfeitamente ‘matáveis’, digamos assim, que tal se
armar e tentar resolver a questão na força? Suponho que muitos holofotes e um
veneno bem poderoso já dariam conta do recado. Claro que, nesse ponto, entra a
fragilidade infantil e o fato de ninguém acreditar em meninas que já são
consideradas problemáticas desde o começo da história.
Mas não se preocupe com isso! O filme dá medo sem apelar para coisas nojentas e conta bem a sua
história. Quem também merece atenção é a protagonista Bailee Madison,
que entrega uma atuação mais convincente que a de seus colegas adultos – mas
não vamos negar que esse era o único papel mais desenvolvido do filme. Assim, Don’t Be Afraid of the Dark é ótimo e representa uma excelente estreia para o diretor
Troy Nixey (mesmo que
Guillermo del Toro seja roteirista, produtor e tenha seu nome em todos os cartazes). Só não digo que dá
para ver sem medo porque, obviamente, isso não seria bom para a reputação do
filme.
5 recados
Bom, eu sou cagona. FATO
ResponderExcluirQuase tive um treco de tanto medo, me revirava na cadeira, fechava o olho...
Enfim, não sou fã de terror, continuo não sendo. Aliás, só assisti pq a srta me enganou!
Bju!!!
Bom, antes de qualquer coisa, eu tenho salvo o seguinte diálogo:
ResponderExcluirRenata: Quer ver o Não Tenha Medo do Escuro?
Zizi: É aquele do Guillermo del Toro, né? Estou a fim sim! Pode amanhã ou prefere dia de semana?
O.o
ResponderExcluirEssas conversas particulares nas resenhas... Eeee leie
ResponderExcluirPosso garantir que foi uma sessão bastante divertida!
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