Divagações: Mirror Mirror
22.5.12
A história é conhecida e as pessoas se questionam porque precisam ver uma versão com pessoas quando já conhecem tão bem o primeiro desenho animado da Disney, Snow White and the Seven Dwarfs. O detalhe é que, além de Mirror Mirror, em breve também teremos Snow White and the Huntsman. Essa nova moda de adaptar contos infantis está rendendo um bom número de produções, mas nem todas as ideias inovadoras funcionam bem com os personagens.
No caso dessa versão, comandada por Tarsem Singh, as crianças continuam sendo o principal foco, mesmo que a princesa tenha um pouco mais de independência e o príncipe se mexa com mais habilidade do que na animação. Os adultos, claro, também podem se divertir, mas não há quase nada voltado para eles.
Dessa vez, Snow White (Lily Collins) é uma jovem órfã que amou muito seu pai (Sean Bean), mas agora vive solitária em sua torre, sendo julgada muito fraca e delicada para sair. Em seu aniversário de 18 anos, no entanto, ela é incentivada a visitar seu povo e não gosta nem um pouco da miséria que vê. Quando tenta confrontar a rainha (Julia Roberts), a moça acaba se tornando objeto da ira da rainha má. Paralelamente a isso, Prince Alcott (Armie Hammer) está na floresta próxima ao reino em busca de aventura até que é atacado por sete ladrões gigantes, de pernas muito compridas e bastante hábeis em acrobacias.
Assim, não é muito difícil imaginar os caminhos que a história vai tomar. Há várias cenas de humor e o príncipe acaba sendo muitas vezes motivo de piada, o que tira um pouco da força que o romance poderia ter. Já a rainha e seu espelho representam um destaque a parte e, sem dúvida, cumprem seu objetivo. Ainda que a maçã pela qual você fica esperando apareça, a cena acontece de um jeito bem diferente.
De uma forma geral, é possível dizer que Mirror Mirror é uma releitura eficiente e divertida, mas bastante limitada. Há algumas boas surpresas (os anões, por exemplo), embora a estrutura narrativa seja bastante tradicional e não empolgue quem já conhece a história – ou seja, praticamente todas as pessoas com mais de dois anos de idade. As crianças ainda se divertem, uma vez que aqui há mais comédia e ação, com menos romance. O final diferente também garante certa emoção.
A propósito, o diretor Tarsem Singh não nega sua origem indiana na cena dos créditos. Depois de serem atualizados sobre o destino de alguns personagens, os espectadores começam a ouvir uma música diferente, que simplesmente não combina com o restante da produção. Como se não bastasse, os atores começam a cantar e a dançar (para uma experiência mais agradável nesse sentido, assista Slumdog Millionaire). Da minha parte, eu fico feliz por não terem feito Armie Hammer cantar – não que eu duvide da voz dele, apenas acho que não seria muito bom para a imagem de um ator que está em ascensão.
Quem está curioso pode assistir Mirror Mirror sem muitos sustos. O filme é bonitinho, engraçadinho e coloridinho (os figurinos também são uma graça). Ele também me deixa questionando a respeito de quando Julia Roberts vai fazer um grande filme novamente. Afinal, nada do que ela tem escolhido tem sido exatamente bem recebido pela crítica ou até mesmo pelo público. Já Lily Collins terá que escolher a dedo seus próximos trabalhos se não quiser ser esquecida tão facilmente quanto esse filme.
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Pela (estranha) divulgação já dava pra perceber que não seria "o filme". Sei lá, quando os cartazes já não são muito confiáveis, significa que nem o filme em si conseguirá ser. Enfim... Vou assistir, mas já irei sabendo o que encontrar pela frente.
ResponderExcluirÓtimo texto!