Divagações: Frozen

Um filme da Disney com princesas e músicas! Eu fui ao cinema ver Tangled , mas a sensação de ver Frozen é quase como poder recuperar um...

Um filme da Disney com princesas e músicas! Eu fui ao cinema ver Tangled, mas a sensação de ver Frozen é quase como poder recuperar um pedaço da infância. A razão está mais na estrutura e nos elementos gerais, já que a produção pouco lembra Cinderella, Snow White and the Seven Dwarfs ou Sleeping Beauty.

Na história, baseada em um conto de Hans Christian Andersen, acompanhamos duas princesas. A mais velha é Elsa (Idina Menzel/Taryn Szpilman), que nasceu com o poder de criar neve e gelo. Como isso pode não ser muito bem-visto e trazer dificuldades para a menina, seus pais querem que ela aprenda a controlar seus poderes, mesmo que isso implique em um afastamento da irmã mais nova, Anna (Kristen Bell/Érika Menezes).

Na verdade, Anna acaba sendo a protagonista da história. Após a morte dos pais, ela acabou vivendo anos trancada no castelo, tornando-se uma pessoa empolgada, mas com algumas dificuldades de relacionamento social. No momento da coroação de Elsa, ela conhece Hans (Santino Fontana/Olavo Cavalheiro), com quem deseja se casar. Contudo, os poderes da nova rainha saem de controle e ela decide se isolar de todos, sem perceber que congelou todo o reino. Então, Anna busca a ajuda do vendedor de gelo Kristoff (Jonathan Groff/Raphael Rossatto) e de sua rena para chegar até a irmã.

Com um design de personagens similar ao de Tangled, o filme não chega a surpreender (exceto pela falta de um vilão bem marcado, mas já temos visto filmes infantis assim há algum tempo). As cenas no palácio de gelo são as melhores e as danças de Anna interagindo com os quadros do castelo também são bem legais. Falta certa 'magia Disney' em muitos momentos, mas o resultado geral é satisfatório. Com certeza, as crianças não vão reclamar.

As músicas de Frozen caminham na mesma direção. Ao menos na versão em português (infelizmente, o filme tem apenas cópias dubladas em Curitiba), nenhuma canção é extremamente empolgante – nem extremamente ruim. As primeiras são mais fracas, mas parece que o filme começa a equilibrar melhor a narrativa com as músicas ao longo da projeção.

No fundo, as melhores coisas do filme são os personagens. Elsa e Anna apresentam facetas diferentes do que é 'ser princesa', uma mais séria e consciente de suas responsabilidades, enquanto a outra é estabanada e toma suas decisões com o coração. Já Kristoff consegue ser ágil, deslocado, bruto e carinhoso ao mesmo tempo, enquanto a rena é simplesmente um animal com personalidade e o boneco de neve Olaf (Josh Gad/Fábio Porchat) traz alívio cômico. Confesso que eu havia detestado Olaf nos materiais de divulgação, mas ele conseguiu me vencer com uma origem interessante e uma das melhores músicas do filme.

Embora não afaste de cara os meninos ou o público mais crescidinho, não dá para negar que Frozen é um exemplo clássico de 'filme para meninas'. Há o sonho com um grande amor, a relação entre irmãs, os tão queridos bailes, as músicas... Enfim, é um conjunto de elementos mais tradicionalmente relacionados com o universo feminino infantil. Quem está disposto a mergulhar nisso vai se divertir (como foi o meu caso)!

Bem feito sem ser apaixonante, a produção rende boas bonecas e não fere a filmografia da Disney. É positivo ter uma obra mais inocente e lúdica, além de ser uma boa opção para as férias das crianças, mas os adultos andavam mal-acostumados como outras animações recentes.


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