Divagações: The Wizard of Oz
24.6.14
Dizem que foi uma produção conturbada. As pesadas maquiagens causaram danos aos atores, a direção foi trocada diversas vezes e Judy Garland passava mais tempo sob o efeito de drogas que sã. Ainda assim, The Wizard of Oz é um dos filmes mais vistos de todos os tempos, especialmente pelas constantes exibições na televisão. E quem pode negar seu efeito mágico?
A história é de um moralismo bem óbvio. Dorothy (Judy Garland) é uma menina mimada, mas cheia de boas intenções, que mora com os tios em uma fazenda no Kansas. Após arrumar confusão com uma vizinha, ela fica de castigo e decide fugir de casa. No meio do caminho, contudo, percebe que precisa voltar, mas um forte tornado está a caminho. Ela entra na casa, mas bate a cabeça e, desmaiada, acaba sendo levada para um lugar mágico, onde todos a adoram – exceto por uma horrorosa bruxa verde (Margaret Hamilton, que também interpreta a tal vizinha).
Assim, o resto do filme envolve Dorothy tentando ir embora desse local mágico – onde, a princípio, ela adoraria ficar – para voltar ao Kansas. O caminho envolve uma estrada de tijolos amarelos e três novos amigos: um espantalho em busca de um cérebro (Ray Bolger), um homem de lata que quer um coração (Jack Haley) e um leão procurando por sua coragem (Bert Lahr). Ao final da estrada está o Wizard of Oz (Frank Morgan), que também tem seus segredos.
Por mais que a história seja interessante, grande parte do sucesso do filme se deve às músicas. A mais famosa é Somewhere Over the Rainbow, que tem um tom mais triste, mas traz consigo uma aura nostálgica absolutamente encantadora. Outros elementos icônicos incluem a própria estrada de tijolos amarelos, os sapatinhos vermelhos (que eram prateados, originalmente) e os figurinos, todos absolutamente marcantes.
Mesmo com efeitos especiais ultrapassados, The Wizard of Oz continua ímpar em sua capacidade de encantar. Afinal, não é todo dia que vemos tantas boas ideias funcionando a contento em uma única produção. Desde a forma como a morte da bruxa (irmã da bruxa verde) é tratada no começo da história até a maneira como o mágico resolve os problemas dos companheiros de Dorothy, tudo é muito criativo e calcado em elementos mais importantes que simplesmente solucionar os problemas com um truque de mágica. Os adultos acham graça enquanto as crianças abrem os olhos espantadas!
Além disso, há aquela famosa ideia que representou muito tecnicamente e já foi copiada de diversas formas. Enquanto estamos no Kansas, a realidade de Dorothy não tem cor, seguindo em uma monótona tonalidade sépia (ou em preto e branco, depende da restauração que você encontrar). Já a terra mágica de Oz é apresentada com as incríveis cores do Technicolor. Se ainda hoje essa transição é capaz de chamar a atenção dos desavisados, imagine o impacto que representou em 1939!
Vale a pena redescobrir The Wizard of Oz não apenas pela história (você sempre esquece algum detalhe!), mas também por tudo o que esse filme representa. Encare seus problemas de frente e descubra as soluções que estão bem na frente do seu nariz, muito mais óbvias do que você poderia esperar. Se um filme que enfrentou tantos percalços se tornou inesquecível, por que você não pode fazer o mesmo?
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