Divagações: Dredd
27.6.17
Apesar de nunca ter me aventurado pelo filme de Sylvester Stallone, o conceito de Dredd sempre me interessou. Trata-se de um mundo extremamente violento, onde os agentes da lei têm um poder imenso: são policiais, júris, juízes e carrascos. É uma ideia bastante assustadora, mas com a qual eu imagino que muita gente deva concordar. De qualquer modo, ao menos por aqui, ela não funcionou muito bem. A violência está por todos os cantos e não há muita esperança. Em uma determinada cena, inclusive, somos informados de que a força de juízes só consegue atender a aproximadamente 6% dos casos que entram no sistema – e a seleção de quem vai receber atendimento, pelo jeito, é bem aleatória.
Nessa história, somos apresentados a um dos melhores membros da equipe, Dredd (Karl Urban), um cara que faz seu trabalho com competência e que nunca – mas nunca mesmo – tira o capacete. Dizem que ele é um ser humano, mas há algo em sua personalidade que o aproxima de policiais que são parcialmente máquina, no melhor estilo Robocop. Ele é forçado a acompanhar a novata Anderson (Olivia Thirlby) em seu primeiro dia como juíza e seu parecer a respeito do desempenho da colega irá determinar se ela está apta para o trabalho. Isso é, se os dois sobreviverem, o que não é garantido.
Como o primeiro caso, eles atendem a uma ocorrência de assassinato em um megabloco (um tipo de prédio bastante comum nesse universo). Basicamente, três homens foram torturados e, posteriormente, jogados de um dos andares mais elevados pela gangue que controla o local, liderada por Ma-Ma (Lena Headey). Quando percebe a presença de juízes no prédio, Ma-Ma decide isolar completamente o bloco por meio de um dispositivo de segurança e ordena aos moradores que se escondam ou que façam parte de uma caçada aos dois juízes. O resultado é bastante sanguinolento.
Com isso, fica claro que a escolha do roteirista Alex Garland foi por uma trama de perseguição bastante simples, evitando reviravoltas e outras complexidades que um filme como esse poderia trazer. O universo e o protagonista são apresentados na primeira parte do filme de uma maneira rápida mais eficiente e, ao longo da trama, esses elementos vão sendo reforçados. A direção de Pete Travis leva a cabo esse projeto, optando majoritariamente por cores acinzentadas e um tom geral bastante frio, mas não exatamente claustrofóbico.
A única questão que deve ser levada em consideração quando se assiste a Dredd é que esse filme foi lançado em 2012. Estamos falando do auge dos lançamentos em 3D e, sinceramente, se você tiver a oportunidade, veja o filme em um local equipado com a tecnologia. Para quem não puder, muitos dos efeitos especiais vão parecer forçados e bastante estranhos, não combinando com o restante da produção. Isso acontece porque, além de uma sequência de abertura que privilegia o 3D, o filme possui algumas sequências de uso de drogas que foram feitas para serem assistidas em três dimensões.
Chamada de slo-mo (uma contração para slow motion), a substância usada por vários personagens dá a percepção de que tudo acontece em câmera lenta. O filme se aproveita desse ponto de vista para explorar gotas de água e de sangue, por exemplo, em movimentos orquestrados e com muito, muito brilho. É bastante exagerado e perde muito de seu impacto em 2D, mas é estranhamente bonito. As cenas também não combinam com o resto do filme, mas esse visual falso parece ter sido proposital, usando da desculpa da droga para evitar cenas gráficas e realistas demais (outra possibilidade é a simples limitação do orçamento). Isso, contudo, não impediu que a produção fosse classificada como adequada apenas para maiores de idade em muitos países, inclusive no Brasil.
Feita essa ressalva, Dredd é um prato cheio para os fãs dos quadrinhos originais, já que é repleto de referências a personagens marcantes. O longa-metragem também é uma boa opção para quem gosta de filmes de ação com elementos futuristas ou críticas sociais. A história que vai direto ao ponto funciona muito bem e é bem executada, especialmente porque o filme também conta com um elenco dedicado e sem estrelismos.
Karl Urban, por exemplo, nunca mostra o rosto – sendo fiel ao personagem original – e fez um excelente trabalho de voz para remeter a Clint Eastwood, uma das principais inspirações para Dredd. Outros membros do elenco, como Lena Headey e Domhnall Gleeson, são igualmente dedicados e não temem maquiagens pesadas e cenas densas. A única que parece ter um trabalho mais fácil é Olivia Thirlby, mas ela cumpre seu papel e consegue convencer como uma novata idealista, usando de bastante expressividade para mostrar a evolução (e as habilidades psíquicas) de sua personagem.
Assim, ainda que Dredd tenha ficado bastante datado – e veja bem, passaram-se apenas cinco anos – e não tenha sido exatamente um sucesso de público na época de seu lançamento, o filme já reuniu muitos fãs fiéis, que clamam por uma continuação. A princípio, Pete Travis afirma que isso não deve acontecer, mas eu não duvido que o tempo aponte em uma direção diferente.
Nessa história, somos apresentados a um dos melhores membros da equipe, Dredd (Karl Urban), um cara que faz seu trabalho com competência e que nunca – mas nunca mesmo – tira o capacete. Dizem que ele é um ser humano, mas há algo em sua personalidade que o aproxima de policiais que são parcialmente máquina, no melhor estilo Robocop. Ele é forçado a acompanhar a novata Anderson (Olivia Thirlby) em seu primeiro dia como juíza e seu parecer a respeito do desempenho da colega irá determinar se ela está apta para o trabalho. Isso é, se os dois sobreviverem, o que não é garantido.
Como o primeiro caso, eles atendem a uma ocorrência de assassinato em um megabloco (um tipo de prédio bastante comum nesse universo). Basicamente, três homens foram torturados e, posteriormente, jogados de um dos andares mais elevados pela gangue que controla o local, liderada por Ma-Ma (Lena Headey). Quando percebe a presença de juízes no prédio, Ma-Ma decide isolar completamente o bloco por meio de um dispositivo de segurança e ordena aos moradores que se escondam ou que façam parte de uma caçada aos dois juízes. O resultado é bastante sanguinolento.
Com isso, fica claro que a escolha do roteirista Alex Garland foi por uma trama de perseguição bastante simples, evitando reviravoltas e outras complexidades que um filme como esse poderia trazer. O universo e o protagonista são apresentados na primeira parte do filme de uma maneira rápida mais eficiente e, ao longo da trama, esses elementos vão sendo reforçados. A direção de Pete Travis leva a cabo esse projeto, optando majoritariamente por cores acinzentadas e um tom geral bastante frio, mas não exatamente claustrofóbico.
A única questão que deve ser levada em consideração quando se assiste a Dredd é que esse filme foi lançado em 2012. Estamos falando do auge dos lançamentos em 3D e, sinceramente, se você tiver a oportunidade, veja o filme em um local equipado com a tecnologia. Para quem não puder, muitos dos efeitos especiais vão parecer forçados e bastante estranhos, não combinando com o restante da produção. Isso acontece porque, além de uma sequência de abertura que privilegia o 3D, o filme possui algumas sequências de uso de drogas que foram feitas para serem assistidas em três dimensões.
Chamada de slo-mo (uma contração para slow motion), a substância usada por vários personagens dá a percepção de que tudo acontece em câmera lenta. O filme se aproveita desse ponto de vista para explorar gotas de água e de sangue, por exemplo, em movimentos orquestrados e com muito, muito brilho. É bastante exagerado e perde muito de seu impacto em 2D, mas é estranhamente bonito. As cenas também não combinam com o resto do filme, mas esse visual falso parece ter sido proposital, usando da desculpa da droga para evitar cenas gráficas e realistas demais (outra possibilidade é a simples limitação do orçamento). Isso, contudo, não impediu que a produção fosse classificada como adequada apenas para maiores de idade em muitos países, inclusive no Brasil.
Feita essa ressalva, Dredd é um prato cheio para os fãs dos quadrinhos originais, já que é repleto de referências a personagens marcantes. O longa-metragem também é uma boa opção para quem gosta de filmes de ação com elementos futuristas ou críticas sociais. A história que vai direto ao ponto funciona muito bem e é bem executada, especialmente porque o filme também conta com um elenco dedicado e sem estrelismos.
Karl Urban, por exemplo, nunca mostra o rosto – sendo fiel ao personagem original – e fez um excelente trabalho de voz para remeter a Clint Eastwood, uma das principais inspirações para Dredd. Outros membros do elenco, como Lena Headey e Domhnall Gleeson, são igualmente dedicados e não temem maquiagens pesadas e cenas densas. A única que parece ter um trabalho mais fácil é Olivia Thirlby, mas ela cumpre seu papel e consegue convencer como uma novata idealista, usando de bastante expressividade para mostrar a evolução (e as habilidades psíquicas) de sua personagem.
Assim, ainda que Dredd tenha ficado bastante datado – e veja bem, passaram-se apenas cinco anos – e não tenha sido exatamente um sucesso de público na época de seu lançamento, o filme já reuniu muitos fãs fiéis, que clamam por uma continuação. A princípio, Pete Travis afirma que isso não deve acontecer, mas eu não duvido que o tempo aponte em uma direção diferente.
0 recados