Tentar assistir “Into the Wild” é, por si só, uma aventura. Primeiro, porque estreou em poucas salas (em Curitiba, pelo menos). Depois, porque o filme dirigido por Sean Penn simplesmente não para em nenhuma locadora. Por sorte, existe televisão a cabo.

A estética do filme procura unir dois aspectos diferentes visualmente. Um é o aspecto da tecnologia, da definição de qualidade e das maravilhosas paisagens. Outro é dos anos 1970, cheio de hippies. Embora a história seja passada nos anos 1990, Alex Supertramp (codinome assumido pelo personagem principal) encontra não somente hippies, mas doidões e velhinhos que foram para a guerra.

Auxiliado por seu código moral rigoroso – que o impede de dormir com uma moça de 16 anos –, Alex sai de uma moderna formatura (com direito a celulares não existentes na época) para encontrar uma natureza selvagem e diversos personagens perdidos no tempo, provavelmente, a parte mais interessante dessa natureza.

Ou seja, as escolhas, mesmo o letreiro de gosto duvidoso que inicia o filme, são boas e perfeitamente válidas. O espírito aventureiro e não-burguês de Alex vai de encontro a esse universo próprio e mágico. O rapaz inteligente e que poderia ter ido para Harvard faz seu próprio destino e é feliz, mas só enquanto permanece no controle da natureza.

Talvez esse seja o aspecto mais interessante da personalidade do rapaz. A necessidade de permanecer no controle, que foi procurar no Alasca já que não era capaz de subjugar a autoridade paterna.

Outra característica do filme, que deve ser levada em consideração, é a maneira como a família é retrata, uma vez que eles foram os principais consultores do filme (de acordo com os créditos). Tanto na maneira em que os traumas de Chris McCandless (nome verdadeiro de Alex) como na cena final.

A propósito, Emile Hirsch está perfeito (e bonitinho como sempre) na pele de Alex/Chris e Kristen Stewart até convence como a jovem cantora.