Não sei bem o que eu estava esperando de Kick-Ass. Sabia que seria um filme legal, tanto que até cheguei a ficar indignada com esse post no blog da Julia Petit, mas não conseguia colocar na minha cabeça que um filme sobre um adolescente que decide virar super-herói pudesse receber uma recomendação etária tão alta.

Mas tudo ficou esclarecido logo na primeira cena! O filme não demora nem um pouco a dizer a que veio. É violento sim, é divertido, é bem aquilo que menino gosta de ver no cinema (meninas bonitas, super-heróis, diálogos rápidos, gente fazendo coisas idiotas, muitas armas, referências a masturbação etc.).

Eu – como menina – achei o filme interessante mesmo assim. A história é ágil, os personagens têm personalidade, há reviravoltas interessantes e o protagonista é bonitinho! Apesar disso, o grande destaque da produção não é Aaron Johnson (não que ele não seja bom), mas a pequena Chloe Moretz, no papel duplo de Mindy Macready e Hit-Girl. Ela é uma graça, tem apenas 13 anos e atira com muita pose! Ela chegou a ser comparada a Natalie Portman (com uma boa dose de exagero) pelo Maurício Saldanha do Cabine Celular.

Voltando ao filme. A história é bem simples: Dave Lizewski é um fã de história em quadrinhos que não entende porque nunca ninguém tentou ser um super-herói na vida real. Então, ele mesmo decide fazer a experiência. O problema é que andar mascarado por aí – e em um uniforme questionável – tem suas consequências. Ele acaba apanhando muito e conhecendo outras pessoas sem superpoderes, mas que vestem capas e tentam combater o crime. Entre elas estão a já mencionada Hit Girl, Big Daddy (Nicolas Cage) e Red Mist (Christopher Mintz-Plasse). Todos eles possuem propósitos um tanto quanto questionáveis e acabam colocando o Kick-Ass de Dave em encrencas cada vez maiores, inclusive com grandes traficantes. Ao mesmo tempo em que sua vida como super-herói se torna cada vez mais atribulada, alguns aspectos da vida pessoal de Dave começam a se resolver. Até a garota por quem é apaixonado descobre que ele existe!

Isso tudo é retratado de uma maneira bastante colorida, engraçada e com uma boa dose de pessoas sendo explodidas. O filme faz graça com uma realidade onde tudo – absolutamente tudo – pode ser comprado pela internet e todos – absolutamente todos – estão conectados e fazendo uso de redes sociais. O público percebe isso de maneira eficiente sendo que ao mesmo tempo em que as informações são passadas rapidamente e para uma grande quantidade de pessoas, o círculo de personagens se mantém pequeno e em sintonia, garantindo o ritmo do filme.

Certamente, Kick-Ass não é uma obra-prima, mas é um filme bem executado e divertido. Quem procura por um entretenimento esperto e tem certa familiaridade com quadrinhos e tecnologia já pode dizer que encontrou o filme para a próxima ida ao cinema. E para mais alguma no futuro, já que a continuação, Kick-Ass 2: Balls to the Wall, está agendada para 2012.

Pegue a pipoca e divirta-se!