Divagações: Toy Story 3

Era uma vez uma menina que amava muito seus brinquedos. Ela também gostava de ver filmes e tinha muito carinho pelas fitas guardadas no alto...

Era uma vez uma menina que amava muito seus brinquedos. Ela também gostava de ver filmes e tinha muito carinho pelas fitas guardadas no alto da estante. Um de seus maiores sonhos era ir ao cinema e em um belo dia, ela foi com seu pai, sua mãe e seu irmãozinho ver Toy Story. Nem é preciso dizer novamente como foi que ela reagiu.

A menina cresceu. Alguns brinquedos foram parar em uma caixa no alto do guardarroupa. Outros estão amontoados encima da estante de livros. Uns poucos – mais recentes – estão sobre a cama. Ela não quer se desfazer deles por medo que caiam na mão de crianças malvadas, mas também não brinca mais...

Essa é a minha história pessoal. Mas esse "drama" não é muito diferente do enfrentado por Andy (John Morris), o dono de Woody (Tom Hanks) e Buzz (Tim Allen), em Toy Story 3. Ele está indo para a faculdade e vai morar longe da mãe e da irmã (que, inclusive, está muito feliz por que vai ficar com seu quarto). Mas o foco da história não está em Andy, mas em como os brinquedos reagem a isso. Eles gostam de seu dono e querem permanecer fiéis a ele. Ao mesmo tempo, eles querem ser os brinquedos, querem fazer uma criança feliz.

O problema parece resolvido quando os brinquedos vão parar na creche Sunnyside. Todos menos Woody, que foi escolhido por Andy para permanecer ao seu lado na faculdade. Ele segue os demais para avisá-los de que tudo não passou de um engano e que Andy não queria jogá-los fora. Além de lidar com todas as dificuldades do caminho e do novo ambiente, Woody tem que lidar com o ressentimento dos outros brinquedos. Isso sem contar o detalhe de que todos são muito bem recebidos na creche pelo urso Lotso (Ned Beatty) e seus amigos. Ou eles acham que são...

No decorrer do filme, todos passam por momentos muito divertidos e engraçados. Grande destaque para a participação de Ken (Michael Keaton), como o brinquedo muito macho para meninas – e alma-gêmea de Barbie (Jodi Benson). Outro momento marcante do filme foi a versão de Buzz em espanhol. Além disso, todos os personagens queridos dos demais filmes continuam fazendo graça: Jessie (Joan Cusack), Mr. Potato Head (Don Rickles), Rex (Wallace Shawn), Slinky Dog (Blake Clark), entre outros.

Para quem ainda é criança e está entrando no universo de Toy Story, as brincadeiras, a correria, a imprevisibilidade (sim, depois de uma ligeira balançada no segundo filme, ela está de volta e em grande estilo), a diversidade de brinquedos, as cores, as músicas, enfim, tudo será motivo de diversão. Já quem assistiu aos outros filmes e está procurando por mais uma obra com a qualidade Pixar, não vai se decepcionar de maneira alguma. Isso sem contar um brinde para quem gosta de animação (e do Studio Ghibli).

Toy Story 3 é um filme para crianças de todos os tamanhos e até para quem não é mais criança, desde que se lembre daquela época. É um filme curto e com reviravoltas suficientes para manter qualquer um com olhos fixos na tela o tempo todo. Mais agitado que muito filme de ação, mais engraçado que boa parte das comédias, tão colorido quanto qualquer boa história para crianças e com a mesma nostalgia dos últimos filmes da Pixar. Coisa de gente que está crescendo com orgulho daquilo que está deixando para trás.

A série Toy Story merece um capítulo só seu em qualquer livro sobre história da animação desde 1995. Com esse final, isso se torna ainda mais indiscutível.

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