Divagações: Despicable Me

Uma coisa boa de feriados prolongados (e sem muitas pendências) é poder ver filmes sem compromisso. Só que aqui no Cinema de Novo, até filme...

Uma coisa boa de feriados prolongados (e sem muitas pendências) é poder ver filmes sem compromisso. Só que aqui no Cinema de Novo, até filmes “sem compromisso” merecem divagações!

Despicable Me é uma animação que traz alguns nomes diferentes para os créditos. Não entre os dubladores (se você tiver a oportunidade de ver o filme legendado, aproveite!), mas na equipe. Ao invés de John, Brad ou Mary, você encontra Jean, Pierre e Marie! Ao invés de Pixar ou Dreamworks, que tal Illumination Entertainment? Esse é o primeiro filme da empresa que já tem duas animações programadas para o ano que vem: Flanimals e Hop. Espero, sinceramente, que eles sejam tão bons quanto Despicable Me.

Não que o filme seja uma maravilha. Ele é muito bonitinho e indicado principalmente para as crianças menores. Não chega a cansar os adultos, mas não diverte tanto quanto How to Train Your Dragon, por exemplo. Os bonequinhos amarelos (minions) – que foram bem explorados pelo marketing do filme – funcionam como um bom alívio cômico e não incomodam, mesmo que não tragam nada de útil para a história.

Resumindo, o filme conta a história de Gru (Steve Carell ou Leandro Hassum, na versão brasileira), um vilão que já obteve algum reconhecimento e é adorado pelos seus funcionários (os minions), mas que está sendo ultrapassado por um rival, o jovem Vector (Jason Segel ou Marcius Melhem, dependendo do seu cinema). Depois que Vector rouba uma das pirâmides do Egito, Gru decide colocar um sonho de infância em ação: roubar a Lua. Só que as coisas não são assim tão fáceis, pois o banco (!) decidiu parar de patrociná-lo. Eis que entram em ação três meninas órfãs que podem ajudá-lo a conquistar tudo o que deseja... Margo (Miranda Cosgrove), Edith (Dana Gaier) e Agnes (Elsie Fisher) enfrentam a terrível missão de serem mais fofas que os minions e o fazem tão bem que chegam à ousadia de rivalizar com o olhar do Puss in Boots (Antonio Banderas).

O fato de ter um vilão e nenhum mocinho faz com que seja mais fácil simpatizar com as ações do personagem principal (que é mais ladrão que um vilão, no final das contas), mesmo que elas não sejam muito louváveis. Além disso, a mãe de Gru (Julie Andrews) foi tão malvada com ele na infância que seus comportamentos até parecem justificáveis. Não que isso seja muito legal quando você vai levar uma criança ao cinema. Mas se você é partidário do politicamente correto, não se preocupe – o final garante uma moral bem aproveitável (não estou contando nada, nem se empolgue com o que você achou que leu).

A ideia de explorar um protagonista que não é bonzinho, no entanto, garante boa parte do frescor do filme e abre um mundo de possibilidades, já que isso não é muito comum no cinema infantil. Assim, o filme se torna um pouco mais agradável para os adultos e garante um espaço para a Illumination Entertainment.

De qualquer forma, é uma boa diversão, principalmente para quem for assistir ao filme em 3D. Durante os créditos há, inclusive, um bônus que abusa do visual desse recurso. Despicable Me é um filme para finais de semana relaxantes – ou com as crianças.

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