Divagações: Apollo 18

O terror, definitivamente, não se encontra na minha lista de gêneros preferidos. Eu até levo sustos durante um filme (e dou pulos absur...

O terror, definitivamente, não se encontra na minha lista de gêneros preferidos. Eu até levo sustos durante um filme (e dou pulos absurdos na cadeira a cada vez que o volume da música sobe abruptamente), mas não considero que o objetivo tenha sido realmente cumprido se não consegui sentir medo. Obviamente, isso é muito mais difícil e subjetivo – eu já tive medo de matérias do Fantástico, a ponto de não conseguir direito depois – então, admiro quem se dedica a tentar provocar esse sentimento nas pessoas.

Em 1999, um filme conseguiu um sucesso incrível nesse sentido. Primeiro, ele se vendia como uma história real. Para dar credibilidade a isso, eram os próprios personagens que tinham as câmeras em mão. Assim, as imagens eram tremidas e tinham baixa qualidade, garantindo um custo mais baixo e um visual diferente, atraindo mais e mais pessoas para o cinema. The Blair Witch Project custou 60 mil dólares e arrecadou quase 250 milhões em todo o mundo. É uma diferença bem considerável e que chama bastante a atenção.

Assim, não demorou muito para outros tentarem imitar a façanha – alcançando lucros razoáveis, mas nunca o mesmo sucesso. Apollo 18 tem a vantagem do tempo a seu favor, pois traz essa identidade para uma nova geração de adolescentes, 12 anos depois (vamos combinar que o público majoritário desse filme era bebê na época do outro).

A premissa de Apollo 18 diz que o filme é um documentário, editado a partir de imagens reais que vazaram do departamento de segurança dos Estados Unidos. Através dessas imagens, ficamos sabendo da última missão que levou dois astronautas americanos (Lloyd Owen e Warren Christie) até a Lua. O objetivo deles era instalar equipamentos de captação de imagens e sons, algo um tanto quanto suspeito quando pensamos que se trata de um ambiente desabitado. Os astronautas, no entanto, só começam a estranhar porque perdem a comunicação com frequência e passam a ter certeza de que há algo errado quando encontram uma nave russa abandonada e um cosmonauta morto.

Para manter a “credibilidade” da história, as imagens são das próprias câmeras de segurança da nave, dos aparelhos que eles instalam na Lua e também de câmeras portáteis dos astronautas, utilizadas para uma espécie de diário. Ou seja, a qualidade é ruim durante todo o filme. Eu me senti um pouco incomodada depois de meia hora, mas isso foi se amenizando. Além disso, como o filme não é longo, é possível aguentar (mesmo eu acreditando que esse tipo de recurso funcione muito melhor em curtas). Assim, as constantes falhas dos equipamentos e os chuviscos acabam ajudando a desenvolver o clima da história, facilitando muitos sustos.

O clima de tensão que isso deveria gerar, no final das contas, não chega a ser muito efetivo. É possível se assustar em alguns momentos, mas acho que ninguém com mais de 12 anos deve perder o sono durante a noite. Ainda assim, Apollo 18 consegue levar a história de uma maneira coerente, dando um destino previsível porém adequado aos personagens. É um bom filme para quem quer pegar a última sessão do cinema em companhia da galera sem sair completamente decepcionado.

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1 recados

  1. A hstória não me interessa. E assim como você, não sou fã de filmes de terror, até mesmo porque são poucos os que conseguem me "surpreender".

    Abs ;)

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