Divagações: Apollo 18
6.9.11
O terror, definitivamente, não se encontra na minha lista de gêneros
preferidos. Eu até levo sustos durante um filme (e dou pulos absurdos na
cadeira a cada vez que o volume da música sobe abruptamente), mas não considero
que o objetivo tenha sido realmente cumprido se não consegui sentir medo.
Obviamente, isso é muito mais difícil e subjetivo – eu já tive medo de matérias
do Fantástico, a ponto de não conseguir direito depois – então, admiro quem se
dedica a tentar provocar esse sentimento nas pessoas.
Em 1999, um filme conseguiu um sucesso incrível nesse sentido.
Primeiro, ele se vendia como uma história real. Para dar credibilidade a isso,
eram os próprios personagens que tinham as câmeras em mão. Assim, as imagens
eram tremidas e tinham baixa qualidade, garantindo um custo mais baixo e um
visual diferente, atraindo mais e mais pessoas para o cinema. The Blair Witch Project custou 60 mil dólares e arrecadou quase 250 milhões em todo o mundo. É
uma diferença bem considerável e que chama bastante a atenção.
Assim, não demorou muito para outros tentarem imitar a façanha –
alcançando lucros razoáveis, mas nunca o mesmo sucesso. Apollo 18 tem a
vantagem do tempo a seu favor, pois traz essa identidade para uma nova geração de
adolescentes, 12 anos depois (vamos combinar que o público majoritário desse
filme era bebê na época do outro).
A premissa de Apollo 18 diz que o filme é um documentário, editado a
partir de imagens reais que vazaram do departamento de segurança dos Estados
Unidos. Através dessas imagens, ficamos sabendo da última missão que levou dois
astronautas americanos (Lloyd Owen e Warren Christie) até a Lua. O objetivo deles
era instalar equipamentos de captação de imagens e sons, algo um tanto quanto
suspeito quando pensamos que se trata de um ambiente desabitado. Os astronautas,
no entanto, só começam a estranhar porque perdem a comunicação com frequência e
passam a ter certeza de que há algo errado quando encontram uma nave russa
abandonada e um cosmonauta morto.
Para manter a “credibilidade” da história, as imagens são das próprias
câmeras de segurança da nave, dos aparelhos que eles instalam na Lua e também
de câmeras portáteis dos astronautas, utilizadas para uma espécie de diário. Ou
seja, a qualidade é ruim durante todo o filme. Eu me senti um pouco incomodada
depois de meia hora, mas isso foi se amenizando. Além disso, como o filme não é
longo, é possível aguentar (mesmo eu acreditando que esse tipo de recurso
funcione muito melhor em curtas). Assim, as constantes falhas dos equipamentos
e os chuviscos acabam ajudando a desenvolver o clima da história, facilitando
muitos sustos.
O clima de tensão que isso deveria gerar, no final das contas, não
chega a ser muito efetivo. É possível se assustar em alguns momentos, mas acho
que ninguém com mais de 12 anos deve perder o sono durante a noite. Ainda
assim, Apollo 18 consegue levar a história de uma maneira coerente, dando um
destino previsível porém adequado aos personagens. É um bom filme para quem
quer pegar a última sessão do cinema em companhia da galera sem sair
completamente decepcionado.
1 recados
A hstória não me interessa. E assim como você, não sou fã de filmes de terror, até mesmo porque são poucos os que conseguem me "surpreender".
ResponderExcluirAbs ;)