Esse é o caso de The Change-Up. O filme conta a história de dois amigos: Dave Lockwood (Jason Bateman), um homem casado com três filhos e advogado de sucesso prestes a conseguir se tornar sócio da firma; e Mitch Planko (Ryan Reynolds), seu colega de colégio que resolveu ser ator e passar os dias se divertindo com belas mulheres. Uma noite, os dois amigos se reencontram para ver um jogo e tomar umas cervejas, acabam fazendo xixi em uma fonte na praça e desejando ter a vida um do outro. No outro dia, os corpos estão trocados!

Mesmo que a mudança tenha muitos pontos positivos, os dois percebem que preferiam ter sua própria vida de volta. Afinal, ao mesmo tempo em que podem aproveitar certos aspectos da realidade do outro, eles precisam encararam os problemas e se virar. Obviamente, um ator solteiro e um advogado casado são muitos diferentes em essência e isso acaba resultando em diversas situações engraçadas. O problema é que, para reverter a mudança, eles precisam achar a fonte onde o pedido foi feito, mas ela simplesmente sumiu e ninguém na prefeitura de Atlanta sabe onde encontrá-la. Aliás, a burocracia e a má-vontade do funcionalismo público da cidade são um retrato fiel (e um tanto trágico, pensando bem) de coisas que encontramos na vida real.

Grande parte das piadas, então, surge das pequenas coisas que não contamos aos outros. O casamento feliz tem muitos problemas, as garotas sedentas por sexo não são assim tão legais, a grande oportunidade no trabalho é uma furada, além do que já era um problema no começo da história: bebês gêmeos precisando de cuidados, falta de comida na geladeira, pessoas chatas no trabalho e assim vai.

Para manter a sanidade, o filme traz duas personagens femininas. A esposa de Dave é Jamie Lockwood (Leslie Mann), bonita e inteligente, mas com os nervos esticados ao máximo. Ao mesmo tempo, no trabalho está a bela e jovem Sabrina McArdle (Olivia Wilde), com seus vestidos justos, olhos marcantes e algumas tatuagens. As duas mantêm o filme com os pés no chão, enquanto os “meninos” estão com mil e uma coisas na cabeça. Outra personagem que merece destaque é Cara Lockwood (Sydney Rouviere), a filha mais velha de Dave, que é simplesmente uma graça.

Além disso, o filme tem uma quantidade incrível de palavrões, o que parece ser a regra geral para as comédias “adultas” de hoje em dia. Coloco a palavra entre aspas porque, embora a história seja realmente boba e inocente, há peitinhos o suficiente para fazer subir a classificação etária (rola um pouco de drogas também, mas nada absurdo). Nos Estados Unidos, o filme pegou um R, proibindo a entrada de menores de idade, mas por aqui a recomendação aos pais é que evitem levar crianças com menos de 14 anos ao cinema.

Ainda assim, não há muito o que comentar sobre o filme. The Change-Up não acrescenta coisas novas ao gênero, se mantendo dentro do que é esperado dele. É possível dar boas risadas no cinema e se divertir com as situações absurdas que surgem na tela, mas não é nada que vai mudar a sua vida. A não ser que você queira sair para comer uma pipoca com a galera, dá para esperar tranquilamente pelo DVD.