Divagações: Funny Face

Quando se fala em Audrey Hepburn , é difícil impedir que alguns filmes venham diretamente à memória. Afinal, como esquecer de Breakfast a...

Quando se fala em Audrey Hepburn, é difícil impedir que alguns filmes venham diretamente à memória. Afinal, como esquecer de Breakfast at Tiffany's, My Fair Lady, Roman Holiday e Sabrina? Sem dúvida, são filmes que todos os fãs da atriz precisam ver. Nesse contexto, Funny Face é simplesmente outro título na filmografia que não pode ser deixado de lado – mesmo. Como se não bastasse, Fred Astaire é quem faz companhia a ela.

O filme começa mostrando o cotidiano dos bastidores da revista de moda Quality, liderada por Maggie Prescott (Kay Thompson), uma editora que dá um pouco de medo, mas é criativa e faz muito bem o seu trabalho (sim, a Miranda Priestly de The Devil Wears Prada teve uma mestra). Nessa revista, trabalha o fotógrafo Dick Avery (Fred Astaire), que está um pouco desanimado com as mulheres vazias com quem trabalha. Um dia, durante uma sessão de fotos, ele leva sua equipe para uma pequena livraria e acaba se encantando pela vendedora do lugar, a estudiosa Jo Stockton (Audrey Hepburn). Assim, quando a editora tem a ideia de selecionar uma modelo capaz de transmitir tudo aquilo em que a publicação acredita, Avery logo pensa na moça da pequena e charmosa livraria. Embora ela não tenha nenhum interesse pela carreira de modelo, não é muito difícil achar razões para fazê-la aceitar uma viagem até Paris.

Obviamente, durante a viagem, os três personagens passam a interagir com mais frequência, ficando cada vez mais próximos, de maneira que, quando o romance finalmente acontece, ele já era totalmente esperado. Ainda assim, devido a diferença de idade de 30 anos, é um pouco difícil aceitar Audrey Hepburn e Fred Astaire como um casal. Mas não é nada impossível, também, claro – ainda mais porque casais com essa diferença de idade eram bastante comuns no cinema da época.

Além das roupas criativas e do cenário inspirador de Paris, outro charme do filme são as músicas. Elas são cantadas (de verdade) pelos três protagonistas e conquistam o público sem dificuldade. Think Pink, Bonjour Paris e Funny Face podem ser citadas como as mais marcantes, embora toda a trilha sonora mereça atenção.

Em Funny Face, Audrey Hepburn mantém toda a sua elegância, principalmente depois que começa a modelar. Ela está linda e delicada, emprestando sua voz de menina às canções (é uma pena que tenham dublado suas músicas em My Fair Lady). Além disso, a personagem possui um lado ‘nerd ingênuo’ que dá um toque especial ao filme. A França intelectual que ela descobre também se revela um capítulo a parte, principalmente porque estamos vendo tudo a partir de uma ótica americana (só para constar, Audrey Hepburn nasceu na Bélgica).

Ainda assim, o foco está equilibrado entre ela e o personagem de Astaire, que é baseado no fotógrafo Richard Avedon. Aliás, muitas das fotos mostradas durante o filme foram tiradas pelo próprio Avedon, inclusive o famoso retrato de Audrey que aparece na sequência da câmara escura. Ser fotógrafo de moda, ao menos nesse filme, é algo interessante e bem visto, não um caminho errado para alguém com talento para coisas ‘maiores’.

Embora não seja uma grande obra-prima, Funny Face é um filme leve e bastante envolvente. É ótimo poder aproveitar todo o charme dos anos 1950, aliado a bela cidade de Paris e a uma comédia romântica cheia de músicas gostosas de se ouvir. Filmes como esse simplesmente não existem mais hoje em dia e nem poderiam, parte da graça está justamente nessa nostalgia daquilo que não vivemos.

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1 recados

  1. ah, esse filme é muito fofo! audrey hepburn é a minh atriz favorita!

    excelente texto!

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