Divagações: Dr. Seuss' The Lorax

Uma história divertida, uma animação competente, músicas legais. Não existem muitos segredos (além dos técnicos) para se fazer uma boa an...

Uma história divertida, uma animação competente, músicas legais. Não existem muitos segredos (além dos técnicos) para se fazer uma boa animação. Com uma equipe afiada, a Illumination Entertainment já tinha alcançado um resultado bem interessante com Despicable Me e, agora, repete a colorida eficiência em Dr. Seuss' The Lorax.

No total, existem atualmente 71 produções baseadas em textos escritos por Dr. Seuss (ou Theodor Seuss Geisel). Os personagens não são muito conhecidos no Brasil, mas são coloridos, fofos e trazem mensagens adequadas para as crianças. Alguns até podem dar medo, como, por exemplo, How the Grinch Stole Christmas, mas acredito que os pequenos também têm direito a um terror básico.

De qualquer forma, Dr. Seuss' The Lorax traz a história de Ted (Zac Efron/Gustavo Pereira), um menino que está apaixonado por Audrey (Taylor Swift/Mariana Rios). Ela, por sua vez, é aquele tipo de pessoa que tem saudade do que nunca viu e, por isso, sonha com árvores. Os dois vivem em uma cidade fedida e totalmente feita de plástico, onde o homem mais rico, Mr. O'Hare (Rob Riggle), ganha seu dinheiro vendendo ar engarrafado. Para agradar o seu amor, Ted parte em busca das árvores e acaba encontrando The Once-ler (Ed Helms), que se diz o responsável pelo sumiço das plantas. Antes de dar uma resposta direta para o menino que deseja encontrar uma árvore, no entanto, ele insiste em contar sua história com a misteriosa criatura protetora das árvores, The Lorax (Danny DeVito/Julio Chaves).

Assim, o filme segue com duas narrativas paralelas que as crianças devem acompanhar sem maiores dificuldades. Os menores sem dúvida vão adorar as cores e as músicas, enquanto a história consegue prender a todas as idades. Infelizmente, não vi o filme em 3D, mas acredito que o filme também seja caprichado nesse aspecto.

Com uma mensagem de preservação ambiental, Dr. Seuss' The Lorax não se utiliza de recursos óbvios para mostrar o certo e o errado. Pelo contrário, ele mostra que as pessoas tomam suas decisões por razões lógicas. No mundo capitalista do filme (e no seu também), oportunidades de ganhar dinheiro existem em todos os cantos e nem sempre o ruim é feio. Essa visão dos produtores se mantém constante, uma vez que The Once-ler mantém sua aparência humana em todo o filme, enquanto nas ilustrações do livro ele vai se gradualmente se transformando em um monstro. Além disso, a cidade de plástico é encantadora e as pessoas que vivem nela são felizes, afinal, elas gostam de morar em um lugar prático e bonito. E quem não gostaria?

Para completar, diversas outras mensagens podem ser retiradas do filme, como o respeito aos mais velhos, já que as histórias de Grammy Norma (Betty White) mostram ter seu valor; a importância de lutar por aquilo que você acredita; como perceber oportunidades interessantes de negócios; como elaborar uma estratégia de marketing eficiente; e como não se deslumbrar e cair em falência (preste atenção na sua matéria-prima). Sério!

Ou seja, existem muitas desculpas possíveis e perfeitamente plausíveis para você ir ao cinema assistir a uma animação absolutamente fofa e colorida – e eu garanto que esse também é um bom motivo. Dr. Seuss' The Lorax não decepciona quem já esperava por algo de qualidade vindo da Illumination Entertainment, nem quem gosta do autor, nem quem foi ao cinema querendo apenas se entreter. Aqueles que levaram as crianças, provavelmente tiveram a agradável surpresa de se divertirem tanto quanto elas.

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