Divagações: Men in Black III

Ainda acho meio esquisito ver Men in Black novamente nos cinemas, afinal, 10 anos depois do último episódio da franquia, era de se esper...

Ainda acho meio esquisito ver Men in Black novamente nos cinemas, afinal, 10 anos depois do último episódio da franquia, era de se esperar que este fosse mais um produto dos anos 1990 que caiu no ostracismo com o passar da década. Então, na minha cabeça, um remake ou um reboot eram bem mais prováveis do que uma continuação direta. Mas não me entendam mal, sempre achei uma série legal – adorava a versão animada, inclusive – talvez por que ela agradava aquela parte minha que curte alienígenas e teorias da conspiração. Eu só não esperava um retorno a essa altura do campeonato.

Com 14 anos de parceria nas costas, os agentes J (Will Smith, de volta aos cinemas depois de quatro anos de hiato) e K (Tommy Lee Jones) continuam a defender a Terra de qualquer ameaça alienígena que venha a ameaçar a paz no planeta. Mas seus dias ‘pacatos’ são ameaçados quando um inimigo de K, Boris The Animal (Jemaine Clement), escapa da prisão e volta para se vingar. O plano inclui voltar no tempo e matar K antes que ele o capture no passado, gerando assim um paradoxo temporal que, entre outras coisas, permitirá a conquista da Terra. Assim, cabe ao agente J e a contraparte jovem de K (Josh Brolin), impedir que isso aconteça.

Apesar de ter um roteiro bem centrado em resolver uma questão principal, o filme acha espaço para trabalhar na relação dos personagens – o que sempre foi um ponto relevante na série. A química entre os protagonistas é bastante interessante, sobretudo se compararmos as diferenças e semelhanças entre o agente K jovem e mais velho. Realmente, tenho que parabenizar Josh Brolin por interpretar um perfeito Tommy Lee Jones mais jovem e (um pouco) menos inexpressivo.

Na maior parte do tempo, o roteiro de Men in Black III é bem ágil e amarrado, com alguns segmentos um pouco fora de lugar, mas nada que atrapalhe o resultado final. O clímax poderia ter deixado um pouco a desejar, mas uma ultima série de acontecimentos acaba lançando uma nova luz sobre a relação dos personagens e aprofundando mais uma experiência que tinha tudo para ser um pouco mais enxuta.

O que resulta disso é um filme verdadeiramente divertido, mas com um clima um pouco diferente das demais instaurações da franquia. O tema da viagem no tempo é bem utilizado, com várias referências e piadas a respeito dos acontecimentos e pessoas do período, sobretudo no ‘choque de gerações’ e nas costumeiras piadas com a origem extraterrestre de certas personalidades.

O figurino e a música ajudam ainda mais a compor a atmosfera, sendo uma recriação bastante crível do final nos anos 1960. Os efeitos especiais e a maquiagem estão ótimos, como é o padrão. O 3D, mesmo sendo convertido, não atrapalha, mas também não é notável (ainda assim, é melhor que o 3D de vários filmes recentes) e talvez valha o ingresso se você realmente gosta do efeito.

Men in Black III é mais um dos filmes de verão americano que chega um pouco adiantado. Mesmo não sendo imperdível ou brilhante, cumpre muito bem seu papel de diversão descompromissada com um pingo de nostalgia.  Talvez, a produção não tenha o mesmo fôlego ou a energia do primeiro filme, mas Men in Black III agrada sem precisar se reinventar ou dar novos rumos para a série, sendo familiar sem ser chato, de modo que, se este for o último capítulo da franquia, certamente terá sido uma despedida digna.


Texto: Vinicius Ricardo Tomal
Edição: Renata Bossle

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1 recados

  1. Pois olha que estava assim, meio na dúvida, de ver esse filme.
    Gostei da crítica, provável que vá nessa sexta!
    Abraço

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