Divagações: Monsters vs Aliens
2.5.12
A animação por computação gráfica tem evoluído muito rapidamente nos últimos tempos. Monsters vs Aliens, por exemplo, é um filme da DreamWorks do início de 2009, mas sua qualidade visual deixa a desejar. Para completar, esse foi um dos primeiros filmes da nova geração do 3D, que quase ninguém no Brasil viu nesse formato devido ao número reduzido de salas.
Embora eu não tenha visto o filme em 3D, é perceptível que várias cenas procuram utilizar bastante o efeito. Mesmo que em alguns momentos isso ocorra de maneira gratuita (a abertura, em especial), é uma utilização válida para atrair a atenção dos pequenos – que parecem ser o principal público-alvo – e dar uma animada em quem curte o 3D. Convenhamos que é frustrante ir assistir a um filme e só encontrar uma sensação de perspectiva.
A história de Monsters vs Aliens tem seu diferencial, mas não é um exemplo de inovação. Susan Murphy (Reese Witherspoon) está prestes a se casar com o ambicioso garoto do tempo local, Derek Dietl (Paul Rudd) quando é atingida por um fragmento de uma nave espacial – ou algo assim. Ela então se torna gigantesca, é capturada pelo governo dos Estados Unidos e descobre que deverá ficar isolada pelo resto da vida.
Na prisão para monstros, Susan conhece a criatura disforme B.O.B. (Seth Rogen), o cientista maluco com cabeça de barata Dr. Cockroach (Hugh Laurie), o ser marinho chamado The Missing Link (Will Arnett) e uma larva gigantesca que não fala. Nesse ambiente cheio de diversidade, tudo anda muito monótono até que o alienígena Gallaxhar (Rainn Wilson) resolve invadir a Terra atrás de uma substância misteriosa. Como ninguém parece ser capaz de impedir o ataque, o exército dá uma oportunidade para os ‘monstros’ entrarem na batalha.
Sinceramente, há potencial para fazer algo bem legal com esses personagens e essa história, mas o filme prefere as piadas fáceis. As crianças pequenas devem se encantar com os seres coloridos, o vilão cabeçudo e as bobagens de B.O.B., mas isso já aconteceria de qualquer forma, sem a necessidade de um enfoque maior nisso. A protagonista é pouco desenvolvida dramaticamente, ficando presa mais a questões pontuais e a obsessão em voltar a seu tamanho real que em dilemas maiores ou no crescimento pessoal (sem piadinhas). Há até um esforço nesse sentido através de sua relação com o personagem de Paul Rudd, mas tudo se dilui no decorrer da trama.
Quem quiser rir um pouco da importância que os Estados Unidos se dão também pode se divertir com algumas cenas mais irônicas, afinal, a DreamWorks é especialista em rir de si mesma. O ideal, assim, é ver com as crianças e muita pipoca, sempre apostando no bom humor e evitando opiniões muito críticas sobre o papel do exército estadunidense. Aliás, alguns dos melhores momentos ficam por conta do President Hathaway (Stephen Colbert), a sala de reuniões e suas maneiras de lidar com a situação.
Monsters vs Aliens não deixa de divertir, mas fica claro que poderia ter sido bem melhor. Dessa forma, os mais velhos irão encontrar apenas algumas diversões pontuais, como referências a seriados e filmes clássicos de ficção científica e o figurino do vilão.
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