Divagações: Mission Impossible - Ghost Protocol
20.9.12
Aos 49 anos, Tom Cruise mostra que ainda tem fôlego para correr, força para fazer suas próprias cenas de perigo e sex-appeal para trazer milhares ao cinema. Afinal, não é toda franquia que, 15 anos depois do primeiro filme, consegue quebrar todos seus recordes de bilheteria. Mission: Impossible - Ghost Protocol fez isso apostando no carisma de seu ator principal, em um bom elenco de apoio, em uma boa fórmula (convenhamos) e em sua própria capacidade de se superar.
Dessa vez, Ethan Hunt (Tom Cruise) está preso em uma cadeia de segurança máxima na Rússia. Para seu resgate são enviados os agentes Jane Carter (Paula Patton) e Benji Dunn (Simon Pegg), que já é conhecido do filme anterior e serve para dar um incômodo alívio cômico. Logo após a operação, eles recebem uma nova missão que consiste em se infiltrar no Kremlin. As coisas estão dando certo até que eles descobrem outra equipe no prédio e tudo vai para os ares, literalmente. Junta-se ao time o analista William Brandt (Jeremy Renner) e os quatro precisam dar um jeito de resolver as coisas. Isso inclui perseguir o terrorista Kurt Hendricks (Michael Nyqvist) e a mercenária Sabine Moreau (Léa Seydoux).
Embora Léa Seydoux seja realmente muito bonita, os vilões de Mission Impossible - Ghost Protocol não são muito interessantes ou aterrorisantes, fazendo com que o destaque recaia sobre a desequilibrada equipe de Hunt. Ele continua o mesmo mandão de sempre, enquanto Carter está perturbada pela morte recente de um colega (ou mais que isso), Dunn é extremamente inseguro e Brandt só sabe reclamar.
Aliás, a presença de Jeremy Renner nesse elenco é algo que merece um parágrafo a parte. Escolhido como um possível substituto caso Tom Cruise não tivesse interesse em retornar para um quinto filme (não se preocupem, pois depois desse sucesso isso é uma possibilidade remota), ele também está comprometido com The Bourne Legacy, onde irá efetivamente assumir o posto principal. Além disso, The Avengers também fez um sucesso considerável e não tenho muita certeza se ele vai encontrar tempo para voltar a ficar pendurado em um cabo a poucos centímetros do chão – sim, a famosa cena mudou de dono (e perdeu boa parte do velho charme).
Outra novidade aqui é o diretor Brad Bird, mais conhecido por suas animações na Pixar. Ele, inclusive, consegue colocar algumas referências a seu querido estúdio (coisas sutis, nenhum carro do Pizza Planet), mas parece se entregar ao clima da franquia sem maiores problemas e entra com méritos próprios nessa série que apresenta um novo diretor a cada filme – e já fizeram parte disso: Brian De Palma, John Woo e J.J. Abrams. Mesmo assim, a próxima experiência de Bird com atores, 1906, parece estar constantemente com dificuldades.
Por mais que tente e seja legal, Mission Impossible - Ghost Protocol também não chega a acrescentar nada novo para a franquia. O filme lida bem com as pontas soltas deixadas pelo anterior e abre caminho para novas produções. Assim, é realmente divertido, empolgante e merece toda a pipoca estourada. Alguns discutem se esse é ou não o melhor da franquia e eu preciso confessar que não se trata do meu preferido. De qualquer modo, recomendo até para aqueles que não conhecem os filmes anteriores (tudo é bem explicado, são aventuras isoladas e você não vai se sentir perdido). Também é válido para quem deseja simplesmente ficar admirado com Tom Cruise.
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