Divagações: Hercules
28.5.13
Quando eu tinha dez anos, digamos que não estava em uma fase muito Disney. O lançamento de Hercules passou por mim quase sem ser percebido e só tive um contato maior quando minha professora resolveu que a turma dançaria uma das canções do filme na apresentação de final de ano. O figurino e a coreografia acabaram me afastando ainda mais da produção.
Depois de um tempo, claro, percebi que havia um buraco considerável no meu repertório de animações, mas Hercules não é um dos desenhos mais populares do estúdio. Assim, demorei a dar a merecida chance. Em alguns aspectos isso foi bom: meus conhecimentos de mitologia aumentaram, passei a gostar mais de cinema e é interessante assistir a algo que não é um lançamento sem saber exatamente o que esperar.
Nessa adaptação, Hercules (Tate Donovan) é filho de Zeus (Rip Torn) e Hera (Samantha Eggar). Após seu nascimento, é realizada uma festa no Olimpo, mas Hades (James Woods) não é convidado. Como se isso não bastasse para irritar o deus do submundo, uma profecia diz que Hercules é o único capaz de acabar com um plano maligno que ele vem planejando a certo tempo. Dessa forma, ele tenta transformar o bebê em um mero mortal e matá-lo, mas a criança não bebe a última gota da poção, mantendo sua força fenomenal. Ao descobrir sobre sua origem, Hercules parte em busca de treinamento com o sátiro Philoctetes (Danny DeVito) e acaba tendo uma quedinha pela misteriosa Meg (Susan Egan).
De maneira geral, a fidelidade aos mitos é pequena, mas é feito um grande número de referências a diversas histórias, o que indica que foi mantido algum respeito pelo material original. Obviamente, eu não esperava ver uma traição conjugal em um filme da Disney, então deuses com personalidades relativamente calmas e benevolentes entraram no mesmo pacote. Só espero que isso não confunda a cabeça das crianças que quiserem se aprofundar nos estudos dos mitos.
Como filme, Hercules segue a fórmula dos contos de fadas, ainda que o material tenha uma origem diferenciada. Isso não chega a incomodar quem gosta do gênero, além de ser levemente atenuado pelo protagonista masculino completamente capaz de resolver essas questões por si mesmo – vamos combinar que não precisar esperar por um príncipe é uma grande vantagem. É como se a princesa desse lugar a um super-heroi. Além disso, Meg também é uma personagem interessante, com um passado que é explicado no decorrer do filme.
Outro aspecto que deve ser apontado é a animação estilizada, que não procura pelo absoluto realismo, como acontece em muitas produções do estúdio, mas opta por uma estilização da arte grega, com direito a peitorais exagerados, narizes pontudos e orelhas em espiral. O mérito desse trabalho é, em grande parte, do ilustrador Gerald Scarfe, mais conhecido por seus trabalhos com a banda Pink Floyd. Ele desenvolveu o design de praticamente todos os personagens!
Esse estilo de animação combinou muito com a forma como a narrativa foi elaborada, contando com a aparição ocasional de musas que saem de vasos, ocupam o lugar de colunas e cantam os acontecimentos. Repleto de músicas e muito colorido, Hercules conquista facilmente as crianças e ganha um lugar próprio no panteão de filmes da Disney. Pode não ser o lugar mais alto e especial, mas é muito merecido. Até o momento, não há ninguém que consiga competir de igual para igual com ele.
Depois de um tempo, claro, percebi que havia um buraco considerável no meu repertório de animações, mas Hercules não é um dos desenhos mais populares do estúdio. Assim, demorei a dar a merecida chance. Em alguns aspectos isso foi bom: meus conhecimentos de mitologia aumentaram, passei a gostar mais de cinema e é interessante assistir a algo que não é um lançamento sem saber exatamente o que esperar.
Nessa adaptação, Hercules (Tate Donovan) é filho de Zeus (Rip Torn) e Hera (Samantha Eggar). Após seu nascimento, é realizada uma festa no Olimpo, mas Hades (James Woods) não é convidado. Como se isso não bastasse para irritar o deus do submundo, uma profecia diz que Hercules é o único capaz de acabar com um plano maligno que ele vem planejando a certo tempo. Dessa forma, ele tenta transformar o bebê em um mero mortal e matá-lo, mas a criança não bebe a última gota da poção, mantendo sua força fenomenal. Ao descobrir sobre sua origem, Hercules parte em busca de treinamento com o sátiro Philoctetes (Danny DeVito) e acaba tendo uma quedinha pela misteriosa Meg (Susan Egan).
De maneira geral, a fidelidade aos mitos é pequena, mas é feito um grande número de referências a diversas histórias, o que indica que foi mantido algum respeito pelo material original. Obviamente, eu não esperava ver uma traição conjugal em um filme da Disney, então deuses com personalidades relativamente calmas e benevolentes entraram no mesmo pacote. Só espero que isso não confunda a cabeça das crianças que quiserem se aprofundar nos estudos dos mitos.
Como filme, Hercules segue a fórmula dos contos de fadas, ainda que o material tenha uma origem diferenciada. Isso não chega a incomodar quem gosta do gênero, além de ser levemente atenuado pelo protagonista masculino completamente capaz de resolver essas questões por si mesmo – vamos combinar que não precisar esperar por um príncipe é uma grande vantagem. É como se a princesa desse lugar a um super-heroi. Além disso, Meg também é uma personagem interessante, com um passado que é explicado no decorrer do filme.
Outro aspecto que deve ser apontado é a animação estilizada, que não procura pelo absoluto realismo, como acontece em muitas produções do estúdio, mas opta por uma estilização da arte grega, com direito a peitorais exagerados, narizes pontudos e orelhas em espiral. O mérito desse trabalho é, em grande parte, do ilustrador Gerald Scarfe, mais conhecido por seus trabalhos com a banda Pink Floyd. Ele desenvolveu o design de praticamente todos os personagens!
Esse estilo de animação combinou muito com a forma como a narrativa foi elaborada, contando com a aparição ocasional de musas que saem de vasos, ocupam o lugar de colunas e cantam os acontecimentos. Repleto de músicas e muito colorido, Hercules conquista facilmente as crianças e ganha um lugar próprio no panteão de filmes da Disney. Pode não ser o lugar mais alto e especial, mas é muito merecido. Até o momento, não há ninguém que consiga competir de igual para igual com ele.
0 recados