Divagações: X-Men - Days of Future Past

Um dos grandes temas da minha geração tem sido o preconceito. Ele está presente nos protestos – reais e virtuais – e em todas as formas d...

Um dos grandes temas da minha geração tem sido o preconceito. Ele está presente nos protestos – reais e virtuais – e em todas as formas de arte, com destaque para a literatura e, claro, o cinema. Embora eu já conhecesse os personagens, foi essa abordagem que me fisgou em X-Men, 14 anos atrás. E é ela que me mantém ao lado deles até aqui.

X-Men: Days of Future Past não bate fundo nessa tecla, mas ela continua presente. A guerra contra os mutantes atingiu níveis catastróficos depois que um maquinário (robôs conhecidos como sentinelas) foi construído a partir do DNA de Mystique (Jennifer Lawrence). Quando aparentemente não há mais o que fazer, surge a ideia de utilizar os poderes de Kitty Pryde (Ellen Page) para enviar a consciência de Wolverine (Hugh Jackman) até seu corpo mais jovem, de modo que ele possa se unir a Charles Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender) na missão de justamente impedir o assassinato do idealizador desse maquinário, Dr. Bolivar Trask (Peter Dinklage).

Com essa premissa, o filme conseguiu unir um elenco considerável em personagens menores ou simplesmente participações especiais de luxo. Isso inclui nomes como Halle Berry, Ian McKellen, Patrick Stewart, Nicholas Hoult, Shawn Ashmore, Omar Sy, Evan Peters, Daniel Cudmore, Bingbing Fan, Lucas Till e mais alguns nomes que não vou contar para não estragar a surpresa. Um luxo bem aproveitado, eu diria.

Mas não é só de pequenos agrados aos fãs que vive X-Men: Days of Future Past. O filme explica a que veio rapidamente e parte em um ritmo desenfreado, sem nunca deixar os ânimos caírem. As cenas de luta são ótimas: as que envolvem menos efeitos especiais são bem coreografadas e deixam o público na pontinha da cadeira; as que envolvem mais efeitos colocam toda a sua força nisso e se tornam incríveis visualmente.

A propósito, como a produção foi filmada em 3D e não convertida, as imagens não ficam escurecidas. Ao mesmo tempo, o recurso é utilizado com equilíbrio, sem aquele exagero dos primeiros tempos. Talvez não seja vantajoso pagar um ingresso muito mais caro, mas vale a pena embarcar se a diferença de preço for pequena (ou se você for muito fã dos mutantes).

De qualquer modo, basicamente, X-Men: Days of Future Past é protagonizado por Hugh Jackman e James McAvoy. Assim, o filme tem pouco daquele trabalho de equipe visto nos primeiros momentos da franquia, mas ele consegue compensar no desenvolvimento do relacionamento entre esses dois personagens. Talvez esse seja justamente o segredo do sucesso: apostar em uma trama mais intimista para manter o interesse na história. Todo o resto já está grandioso o suficiente!

E para não dizer que não falei de Jennifer Lawrence. Talvez sua personagem tenha crescido em decorrência de sua fama, mas não dá para negar que seu trabalho é excelente. Ela segura as pontas em um filme onde o vilão não é exatamente o mais importante, já que seus olhares chorosos mantém o público compreensivo ao mesmo tempo em que não dissuadem completamente suas (válidas?) motivações.

Obrigatório para quem quer ver ação de verdade no cinema, X-Men: Days of Future Past é um filme com muita personalidade – ainda podemos contar com o diretor Bryan Singer para isso – e consciência de que é preciso se conectar com o público em um nível mais emocional. Talvez a produção seja mais vazia do que aquela que assistimos em 2000, mas ainda dá para mantermos as esperanças.

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