Divagações: X-Men

Revisitar uma produção de quase 15 anos atrás é sempre uma missão perigosa, especialmente quando você realmente gosta do filme. Lançado e...

Revisitar uma produção de quase 15 anos atrás é sempre uma missão perigosa, especialmente quando você realmente gosta do filme. Lançado em agosto de 2000, X-Men deixa sua idade bem clara logo nos primeiros minutos, com uma abertura que não convence nem um pouco nos dias de hoje – ainda bem que a história ainda vale a pena.

Tudo acontece em um futuro não muito distante, quando a humanidade já tem conhecimento da existência de mutantes, mas ainda não sabe como lidar com a situação. Jean Grey (Famke Janssen) é uma das principais ativistas a favor dos mutantes, representando os ideais de seu professor Charles Xavier (Patrick Stewart). Por outro lado, Magneto (Ian McKellen) acha que tem um plano melhor para resolver a situação e isso envolve utilizar os poderes da jovem Rogue (Anna Paquin), que está sob os cuidados do imprevisível Wolverine (Hugh Jackman).

Obviamente, também somos apresentados a outros personagens queridos, como Cyclops (James Marsden), Storm (Halle Berry) e Mystique (Rebecca Romijn). Para quem sempre teve uma simpatia pelos mutantes (e preciso admitir que esse é o meu caso), o sentimento de nostalgia não pode ser evitado. Ao mesmo tempo, isso também faz com que as inconsistências com X-Men: First Class e X-Men: Days of Future Past saltem aos olhos.

Quem conseguir sobreviver à primeira meia-hora, contudo, vai gostar muito de rever X-Men. O filme se aproveita do fato de trazer personagens com mais história do que aquilo que é mostrado na tela, de modo que deixa o suficiente nas entrelinhas para os ‘entendedores’. Além disso, a idade da produção fica menos óbvia com o decorrer da história, que passa a se concentrar em fazer a história andar.

Como esse é o único filme da franquia a ter uma história original (os demais foram adaptações de sagas publicadas nos quadrinhos), o diretor Bryan Singer tentou surpreender os fãs. A princípio, a estratégia funcionou, mas não se pode negar que a trama perde e muito em relação às histórias mais complexas que surgiriam posteriormente. Para completar, as cenas de ação são um pouco fracas e fica aquela sensação de que havia muito mais potencial do que o que foi explorado. Isso sem contar a crítica de sempre: muitos personagens e uma atenção especial para Wolverine que, no fundo, não tem nada de tão especial.

O filme é ruim? Fica difícil dizer com convicção. A produção não é mais tão legal quanto era na época de seu lançamento, mas muitos blockbusters de verão estão fadados a esse destino. O fato de ainda conseguir prender a atenção e permanecer como uma boa introdução ao universo daqueles personagens, contudo, também deve entrar na conta. Se fosse para dar uma nota, diria que a produção passa raspando, mas passa.

De qualquer maneira, ainda bem que o filme rendeu o suficiente para garantir as continuações (além das duas diretas, há dois prequels, dois spin-offs e mais dois filmes a caminho). X-Men é competente, mas não chega a ser uma produção especial. Os fãs compraram a ideia e gostaram de ver seus personagens favoritos na tela, de modo que o público dos mutantes só aumentou desde então.

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