Divagações: Back to the Future Part II

Quatro anos após o lançamento do filme original, Back to the Future Part II chega aos cinemas. Sem o benefício de ser novidade, a produç...

Quatro anos após o lançamento do filme original, Back to the Future Part II chega aos cinemas. Sem o benefício de ser novidade, a produção precisa mostrar a que veio e ser boa o suficiente para não prejudicar o lançamento de sua continuação, que foi filmada simultaneamente.

Essa é uma missão praticamente impossível e há quem questione se é cumprida de acordo (confesso que eu mesma considero esse como sendo o filme mais fraco da trilogia). Mas também existem aqueles que apontam esse como sendo um de seus filmes preferidos de todos os tempos, incluindo o diretor Robert Zemeckis.

O grande diferencial de Back to the Future Part II, na verdade, é que esse é o único filme com cenas no futuro – mais especificamente, em 2015. Com carros voadores e skates magnéticos sem rodinhas, o mundo apresentado parece ter poucas semelhanças com o nosso. Ainda assim, há uma lanchonete temática dos anos 1980, pessoas que adoram Pac-Man e um filme com tubarões em destaque nos cinemas (ok, não temos inúmeras continuações de Jaws, mas Sharknado ainda está por aí!).

A história acontece como uma sequência direta do filme anterior. Logo após voltar para casa, Marty McFly (Michael J. Fox) e Jennifer (agora interpretada por Elisabeth Shue) são surpreendidos por um Doc Brown (Christopher Lloyd) vindo do futuro. Ele alega precisar da ajuda de Marty para impedir que algo terrível afete a vida dos futuros herdeiros do rapaz. Ao fazer isso, no entanto, eles cruzam com um idoso Biff Tannen (Thomas F. Wilson), que usa a máquina do tempo para mudar toda a sua história de vida e, consequentemente, também a de Marty e sua família. Isso, por sua vez, motiva uma nova viagem para 1955.

Com realidades paralelas e um grande número de idas e vindas no tempo, Back to the Future Part II provavelmente é o filme da trilogia que está mais comprometido com o legado da ficção científica. Há conceitos muito interessantes sendo explorados ao longo da produção, que está bem confortável para colocar seus personagens em todo o tipo de situações absurdas. Mérito de Bob Gale, que assumiu sozinho a função de roteirista, enquanto Robert Zemeckis ficou ‘apenas’ com a cadeira de diretor.

Diferente do primeiro filme, no entanto, não há um grande crescimento pessoal para os personagens. Todos estão agindo para defender seus próprios futuros, o que não deixa de ser algo um pouco egoísta, ainda que perfeitamente justificável. Isso faz com que o impacto total da história seja consideravelmente menor, mesmo com todos os efeitos especiais e a preocupação em criar um futuro realmente divertido (já que crível estava fora de questão por motivos óbvios).

Ao dar mais poder para as viagens no tempo que para os personagens, Back to the Future Part II conseguiu ser um bom filme do gênero e foi um grande sucesso nas bilheterias. A produção alcançou o impacto pretendido, por mais que não seja tão memorável em longo prazo quanto sua antecessora.

Ainda assim, a diversão continua perfeitamente válida! Marty é o único andando por 2015 com os bolsos virados do avesso simplesmente porque Doc Brown disse que todas as 'crianças legais' fazem isso. O único! O que quero com isso é apenas exemplificar que as piadas continuam boas, os diálogos são rápidos e ninguém, ninguém mesmo, pode acusar Back to the Future Part II de covarde. Esse era um filme com uma grande responsabilidade e ele a enfrentou de cabeça erguida.

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