Divagações: Mad Max Beyond Thunderdome
9.6.16
Os anos 1980 chegaram verdadeiramente à série Mad Max! Depois de um começo tímido e uma sequência meramente estilizada, Mad Max Beyond Thunderdome estreia em 1985 e traz tudo o que se pode esperar, com direito até a Tina Turner no elenco. Vamos combinar que o exagero e as ombreiras combinam muito bem com essa franquia, que traz o mais colorido entre todos os futuros apocalípticos. Não faço ideia de como essas pessoas carente de água e combustível conseguem tanto brilho, mas suponho que todos têm direito a querer um pouco mais de cor no guarda roupa.
A situação nesse terceiro filme não é muito diferente da que foi apresentada em seu antecessor, no entanto, fica bem claro que já se passou um bom tempo. Max Rockatansky (Mel Gibson) está com os cabelos compridos e já se parece muito mais com o ator que conhecemos. Ele não dirige mais seu famoso carro e parece que a gasolina realmente está prestes a acabar nesse mundo (o que faz com que algumas pessoas acreditem que esse filme se passa após as aventuras de Mad Max: Fury Road).
Ou seja, nada de perseguições absurdas pelo deserto! A trama de Mad Max Beyond Thunderdome, que foi escrito pelo diretor George Miller em parceria com Terry Hayes, foi originalmente criada para ser algo independente, sendo posteriormente adaptada para se enquadrar à série. Assim, não é de se surpreender que haja algo estranho com o protagonista e ex-policial quando ele sai em perseguição a um ladrão e acaba aceitando uma proposta de Aunty (Tina Turner), que o contrata para o assassinato de um poderoso adversário político, MasterBlaster (Angelo Rossitto e Paul Larsson, respectivamente).
Eventualmente, Max acaba também encontrando uma tribo de crianças, lideradas por Savannah Nix (Helen Buday), a qual discorda terrivelmente dele com relação aos próximos passos a serem dados. É a relação do protagonista com essas crianças que o faz recuperar um pouco de sua humanidade, relembrando a pessoa que ele costumava ser.
A propósito, essa característica um pouco mais ‘emotiva’ da produção se deve em parte à direção conjunta de George Ogilvie, que se encarregou do trabalho com os atores, enquanto Miller (traumatizado pela morte recente de um amigo) cuidava das sequências de ação. Nem é preciso dizer que o nível das atuações teve uma melhora considerável, não somente pela maior profundidade dada aos personagens, como pelo texto com mais falas e por essa preocupação em evitar a canastrice. Afinal, todo o resto já é tão exagerado que não precisamos mais das expressões faciais absurdas dos longas anteriores.
Mais fraco que seu antecessor, Mad Max Beyond Thunderdome provavelmente mostra o que era esperado dele há 30 anos, mas acaba caindo em um texto mais formulaico. Sua ação continua frenética, mas parece que falta algo. Ainda é um bom filme, sendo superior a boa parte das produções de ação que são feitas atualmente, mostrando que a série está sempre disposta a se reinventar e que não há limites para esse universo. Nesse ponto, talvez seja positivo que a continuação tenha demorado tanto para sair do papel. Era preciso garantir que fosse algo fiel às raízes do protagonista, em oposição a um filme cada vez mais hollywoodiano.
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