Divagações: How to Date Billy Walsh

Existem muitos filmes bons por aí. Ainda assim, de vez em quando eu me pego assistindo coisas como How to Date Billy Walsh – que, definitiv...

How to Date Billy Walsh
Existem muitos filmes bons por aí. Ainda assim, de vez em quando eu me pego assistindo coisas como How to Date Billy Walsh – que, definitivamente, não é uma obra-prima cinematográfica. Sinceramente, a produção não tem muitos méritos nem mesmo dentro do gênero comédia romântica adolescente (mas suponho que, nesse caso, também não é uma das piores).

A história se passa em algum lugar da Inglaterra e acompanha dois amigos bem diferentes, que se aproximaram por conta do destino e nunca se separaram. Archibald Arnold (Sebastian Croft) é um menino rico que tem de tudo, exceto o amor da menina por quem ele é apaixonado (adivinhe quem é?). Já Amelia Brown (Charithra Chandran) vem de uma família mais simples, perdeu a mãe na infância e está preocupada em terminar a escola sem ter vivido um romance.

Mas as coisas parecem mudar para Amelia quando um novo aluno chega à escola. Vindo diretamente dos Estados Unidos, Billy Walsh (Tanner Buchanan) é bonito, atlético, sabe ler (!) e é muito legal. Obviamente, ele atrai a atenção de diversas outras garotas, mas seus olhos se voltam para Amelia – especialmente depois que ela apela para um conselheiro misterioso (adivinhe quem é?) – e os dois percebem que têm muito em comum.

Mesmo com essa história previsível, How to Date Billy Walsh poderia ser divertido. Inclusive, fica bem explícito que John Hughes foi uma grande inspiração para o diretor Alex Pillai, ainda que não muito bem aplicada. Para completar, o filme apela para uma narrativa “estilo Fleabag”, com quebra de quarta parede e tudo, o que poderia funcionar com um texto mais esperto, personagens mais bem desenvolvidos e um narrador com um pouco mais de consciência de si mesmo.

Aliás, a produção se perde em definitivo quando deixamos de nos importar com os personagens. De repente, Archie não parece mais um menino tímido e genuinamente apaixonado, mas um rapaz obcecado e de moral duvidosa. Amelia, por sua vez, se torna apenas mais uma menina boba e fútil. E, como se não bastasse, há o fato de que a personalidade de Billy Walsh se resume a ser “zero defeitos”.

Sinceramente, acho que a única história que parece digna de ser contada é a do pai da menina (Kunal Nayyar), que é apenas um pano de fundo. Ele vive uma história de amor, um luto muito dolorido, uma recuperação pouco convencional (e os adolescentes riem dele por isso?) e, novamente, um romance.

Mas, voltando à trama principal... A caminhada de How to Date Billy Walsh rumo à conclusão faz muito pouco sentido. Sinceramente, considerando que o filme tem uma história tão simples, não entendo como conseguiram fazer com que o ritmo da narrativa ficasse tão estranho e fora de tom. Além disso, nenhum personagem secundário tem um propósito real (nem mesmo as “vilãs”) e tudo se resume a um clímax sem nenhum peso dramático. É quase como ver um desastre se formando à toa.

E, sinceramente, eu não quero nem comentar a questão dos efeitos especiais. Afinal, como diria a minha geração, dá muita vergonha alheia.

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