Divagações: Julie & Julia

Antes de Julie & Julia estrear, muitos disseram que esse filme levaria Meryl Streep ao Oscar. Depois, a expectativa diminuiu, o filme...


Antes de Julie & Julia estrear, muitos disseram que esse filme levaria Meryl Streep ao Oscar. Depois, a expectativa diminuiu, o filme apareceu em poucas salas e não se falava mais nele.

Talvez seja o assunto “culinária francesa” que assuste boa parte do público. Mas sem grandes motivos, afinal, o filme é leve e acessível. É ideal para aqueles que estão cansados do corre-corre dos blockbusters, do excesso de efeitos especiais, das histórias fictícias demais. Aliás, talvez sejam essas características tão simples – o que é diferente de fáceis – que fazem com que o filme seja tão agradável e tenha salas tão vazias.

Devo confessar, no entanto, que minha expectativa pessoal em relação ao filme foi quebrada. Li um dos livros em que ele se baseia: o de Julie Powel. O estilo da autora lembra um pouco Lauren Weisberger, de The Devil Wears Prada. Ambas são moças aparentemente normais tentando levar a vida em uma Nova York agitada.

A história de Julie acaba prejudicada pela intercalação e o mesmo vale para Julia. Nenhuma das duas mulheres recebe um retrato na tela grande que seja palpável o suficiente. Muitos momentos cômicos acabam ficando de fora e os desafios de Julie acabam reduzidos, perdendo importância.

Mesmo assim, o filme é leve e consegue agradar. Quem não for bem alimentado para a projeção, sem dúvida fica com fome (e quem vai ainda corre um grande risco). A culinária francesa continua sendo um mistério, mas Julie e Julia, juntas, darão conta de aumentar a curiosidade com relação aos pratos e o encantamento com relação à sala de cinema. Em Julie & Julia, a magia sai do forno.

Para degustar.

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