Divagações: Reservoir Dogs

Já que essa é a semana que o blog comemora um ano (e hoje é o aniversário de Steve Buscemi ), resolvi comemorar com uma resenha todo dia! As...

Já que essa é a semana que o blog comemora um ano (e hoje é o aniversário de Steve Buscemi), resolvi comemorar com uma resenha todo dia! Assim, fechamos a semana com um total de 100 divagações no blog! Não é o máximo?

Depois de ter publicado as listas sobre filmes para ver em grupo e filmes para ver sozinho, fiquei pensando em qual dos dois grupos Reservoir Dogs se encaixa melhor. Na primeira vez que vi o filme eu estava acompanhada, mas as duas pessoas abandonaram o sofá alegando que “esse é um filme muito violento” e que eu “não deveria perder tempo com essas bobagens”. Assisti praticamente sozinha a todo o filme – e adorei. Recentemente, tive a oportunidade de rever com alguns amigos. Percebi diversos detalhes que eu havia deixado passar (ou tinha esquecido) e apreciei os comentários que eles fizeram. Verdade seja dita, esse não é um filme para “todo mundo”. Ele é ótimo como uma experiência solitária e se torna, digamos assim, ainda mais divertido com outras pessoas ao seu redor. Mas a companhia deve ser selecionada.

O filme é violento em escala crescente (imagine como meus primeiros acompanhantes ficariam escandalizados se tivessem visto tudo), como só Quentin Tarantino sabe fazer. Não são simplesmente cenas violentas acontecendo, intercaladas com momentos mais leves e novas cenas violentas. É simplesmente violência pura e ascendente.

Reservoir Dogs trata do planejamento de um roubo (frustrado) e suas consequências sobre um time de “profissionais” do ramo, cada um com sua especialidade e designado com uma cor. O detalhe é o plano perfeito do assalto à joalheria não deu certo (e se tornou um banho de sangue apenas mencionado, mas nunca visto) porque havia um delator no meio do time. A questão é: quem? Segue-se um conjunto de personagens interessantes interpretados por grandes atores: Mr. White (Harvey Keitel), Mr. Orange (Tim Roth), Mr. Blonde (Michael Madsen), Mr. Pink (Steve Buscemi), Mr. Blue (Edward Bunker) e Mr. Brown (Quentin Tarantino se divertindo), além de Nice Guy Eddie (Chris Penn) e o mandante Joe Cabot (Lawrence Tierney).

Esse é um típico de filme em que o importante não é a estrutura início-meio-fim, mas a situação. É um filme dominado por um roteiro extremamente ágil e inteligente e, claro, por seu elenco. Ele prende o expectador em um mistério que – todos sabem – está prestes a se resolver e consegue terminar de uma maneira mais interessante do que simplesmente dando a solução da questão. Essa característica era frequente em filmes de Hitchcock, por exemplo, e foi ela quem fez dele o pai do suspense. Não importa assistir à maravilhosa cena de ação do roubo e como tudo deu errado, é bem mais interessante estudar as pessoas e perceber porque o plano falhou.

Agora, reflita sobre o fato de Reservoir Dogs ter completado 18 anos recentemente e continuar um ótimo filme. Lembrando sempre que esse foi o primeiro longa-metragem de Tarantino. Não é à toa que o cara é idolatrado. Depois que vi esse filme, nunca mais perdi um filme dele no cinema. É uma experiência de imersão na natureza humana, acompanhada de um visual cheio de estilo e ótimas trilhas sonoras. Desde o primeiro volume.

RELACIONADOS

0 recados