Divagações: The Muppets Take Manhattan

Depois de ver The Muppets , fiquei com uma incrível nostalgia. Assim, não consegui resistir à tentação de ver The Muppets Take Manhattan ...

Depois de ver The Muppets, fiquei com uma incrível nostalgia. Assim, não consegui resistir à tentação de ver The Muppets Take Manhattan, ainda que apareçam fios e seja possível ver os materiais com que são feitos alguns dos bonecos. Ao contrário do que alguns possam imaginar, esses elementos não quebram a magia do filme, mas garantem certo ‘realismo’, afinal são bonecos reais manipulados por artistas de verdade e não criaturas feitas ou ‘corrigidas’ por computador.

Nessa aventura, os Muppets terminam a faculdade e decidem que está na hora de fazer voos mais altos, como lançar um espetáculo na Brodway. No entanto, eles descobrem que não é fácil conseguir um produtor e a vida em Manhattan prova ser mais complicada do que eles imaginaram. Eles acabam se separando para arranjar empregos e se manter enquanto Kermit the Frog (Jim Henson) fica na cidade para fazer o espetáculo acontecer. No entanto, quando o momento chega, é Kermit quem desaparece.

Cheio de viradas no roteiro, esse filme foi dirigido por Frank Oz, também responsável pela voz de Miss Piggy, Fozzie, Animal e mais alguns Muppets. Como Oz se recusou a participar da produção mais recente dos personagens por achar que o espírito não foi mantido fielmente, assistir a esse filme é uma boa oportunidade para quem busca pela essência de Kermit, Miss Piggy, Rowlf (Jim Henson), Gonzo (Dave Goelz), Scooter (Richard Hunt) e companhia não limitada.

Ao mesmo tempo, esse filme também quebrou alguns paradigmas dos personagens, marcando a primeira vez em que eles não estão conscientes de que estão fazendo parte de um filme e em que a quarta parede (ao menos aparentemente) existe, o que garante um pouco mais de realismo para os cenários. Ou seja, Frank Oz não é uma pessoa tão chata e conservadora assim. Quem viu The Muppets recentemente e quiser comparar vai perceber que as maiores diferenças talvez estejam no relacionamento entre Kermit e Miss Piggy e na própria personalidade dela. O roteiro do novo filme também passou por alguns problemas e situações controversas que podem ter provocado o afastamento de Oz, mas isso não vem ao caso.

Em The Muppets Take Manhattan é possível encontrar piadas mais adultas e um tom humorístico levemente mais ácido, ainda que inofensivo. As crianças sem dúvida devem se divertir sem reparar no orçamento mais baixo, enquanto os adultos poderão apreciar outros momentos, como a agência de publicidade onde Kermit começa a trabalhar e a sequência com Muppet Babies onde aparecem as mesmas roupas e a mesma música do desenho, que estreou dois meses depois do filme (e marcou a minha infância).

Com relação às músicas, o número de canções é um pouco limitado, mas todas são ótimas. Os ‘humanos’ não chegam a participar muito ativamente da trama ainda que Jenny (Juliana Donald), Pete (Louis Zorich) e Ronnie Crawford (Lonny Price) tenham uma interação maior com os bonecos. As melhores participações, no entanto, ficaram por conta de Joan Rivers, que interpreta uma colega de trabalho de Miss Piggy, e Liza Minnelli, como ela mesma.

Assim, The Muppets Take Manhattan é um divertido filme sobre a vida na cidade grande (justamente como a peça que eles querem lançar). Ele possui a mesma moral da maior parte das histórias dos personagens, mas traz suas peculiaridades. É engraçado, por vezes tosco e sempre pronto para trazer algo completamente inusitado. Dá para exigir mais alguma coisa? Bom, tem uma surpresa no final.


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