Divagações: X2

Mesmo tendo seus problemas, X-Men é um ótimo filme. Assim, X2 conquistou um orçamento maior (ainda que o diretor Bryan Singer sonhasse...

Mesmo tendo seus problemas, X-Men é um ótimo filme. Assim, X2 conquistou um orçamento maior (ainda que o diretor Bryan Singer sonhasse com mais) e um número gigantesco de salas exibiu a produção durante a estreia, quebrando vários recordes da época. As expectativas eram grandes e foram atingidas, sendo que esse ainda é considerado por muitos como o melhor filme dos personagens – e alguns chegam a dizer que se trata da melhor adaptação de quadrinhos para o cinema.

Claro que, como uma produção com mais de 10 anos, X2 envelheceu e não parece mais em tão boa forma. A abertura está um pouco datada, mas a maior parte dos efeitos especiais ainda convence. Um ponto positivo é que os cortes de cabelo melhoraram bastante em relação à produção anterior, assim como a preparação física do elenco.

A história começa alguns meses após X-Men. Wolverine (Hugh Jackman) está tentando recordar seu passado quando ele vem ao seu encontro na figura do militar William Stryker (Brian Cox). Ao mesmo tempo, mutantes estão sendo manipulados, o misterioso Nightcrawler (Alan Cumming) tenta assassinar o presidente, Magneto (Ian McKellen) e Mystique (Rebecca Romijn) continuam com seus planos em nome da supremacia mutante, e Charles Xavier (Patrick Stewart) enfrenta um mutante capaz de mexer com sua mente (Michael Reid MacKay).

Por incrível que pareça, tudo isso funciona de forma razoavelmente coesa, com direito a espaço para tramas menores, como o romance adolescente entre Rogue (Anna Paquin) e Iceman (Shawn Ashmore), além da rivalidade de Pyro (Aaron Stanford). Dizem que o roteiro foi modificado para dar mais cenas para Storm (Halle Berry), mas ela e Cyclops (James Marsden) acabam ficando bem de lado, ainda mais com a atenção dada a Jean Grey (Famke Janssen), já visando a sequência.

Com muito mais ação, X2 acaba se focando menos no grande tema que pretendia abordar. Enquanto genocídio parecia ser uma ameaça real no filme anterior, a perda dos direitos individuais e da privacidade é apenas uma desculpa. Além disso, permanece a eterna questão: por que Wolverine é sempre o centro das atenções? Em meio a tantos bons personagens, ele tem as motivações mais fracas e um dos menores crescimentos durante a jornada. Ainda assim, não dá para negar que se trata de um protagonista diferente dos mocinhos certinhos que normalmente aparecem.

Sem a necessidade de apresentar seus personagens, o filme procura ser um bom entretenimento para fãs e novatos no universo dos mutantes – e consegue. Há todo o tipo de poderes divertidos, os personagens brigam para valer e os romances são o suficiente. Não dá para reclamar com a pipoca na mão.

Mas X2 é mais do que isso. O filme é reconhecido até hoje, como mencionei logo no primeiro parágrafo, não apenas por ser divertido. Mesmo tendo seus problemas e clichês, trata-se de uma produção com características únicas: todos os personagens são interessantes (mesmo os mais secundários), o certo e o errado possuem nuances cinzas, o final é imprevisível e impressionante (por mais que diversas pistas tenham aparecido ao longo do filme) e, por fim, a produção traz um grande tema da atualidade, as minorias. Por mais que os mutantes sejam capazes de lutar por seu espaço, eles encontram algumas dificuldades que auxiliam na identificação do público.

Outras divagações:

RELACIONADOS

1 recados

  1. X2 é o meu favorita dos primeiros três filmes, mas sempre me revolto por tanto destaque dado ao Wolverine e à Jean (se bem que como vc mesma bem notou, há um motivo para isto); sempre curti muito mais a Tempestade, a Vampira e o Gambit (que nem aparece, #xatiadu).

    ResponderExcluir