Divagações: Back to the Future Part III

Você já conhece essa história. Marty McFly ( Michael J. Fox ) entra em um bar e é surpreendido por algum membro da família Tannen ( Thom...

Você já conhece essa história. Marty McFly (Michael J. Fox) entra em um bar e é surpreendido por algum membro da família Tannen (Thomas F. Wilson) gritando “Hey McFly!”. Em outro momento, ele acaba desmaiando apenas para acordar e perguntar por sua mãe, já que está sendo cuidado por alguma personagem interpretada por Lea Thompson. Além disso, Thomas F. Wilson sempre leva um soco no queixo, tenta atacar alguém pelas costas e acaba caindo em um monte de esterco.

Back to the Future Part III é totalmente consciente de que essa trilogia tem características próprias e trabalha para manter a mística. Por mais que tenha sido filmado em conjunto com seu antecessor, o filme assumiu uma missão diferente – ele irá encerrar a história de personagens muito queridos pelo público. É preciso mostrar o que todos querem ver e deixar saudades.

Enquanto o anterior se concentrou demasiadamente em Marty, aqui temos um pouco mais de Doc Brown (Christopher Lloyd). Em suas viagens no tempo, ele acaba preso em 1885 e o rapaz parte em seu resgate. O problema é que o cientista está confortável no velho oeste, além de deslumbrado pela chegada de uma nova professora em sua cidadezinha, Clara Clayton (Mary Steenburgen). A ameaça surge, então, na figura de um perigoso criminoso, Buford 'Mad Dog' Tannen (Wilson).

Dessa forma, cada filme adquire uma identidade própria ao acrescentar outros gêneros à comédia. O primeiro é um filme família sobre amadurecimento, o segundo é uma ficção científica e esse é uma aventura clássica e desesperada, com a devida influência de um romance no faroeste. Há correria, tiroteios, bailes, cavalos, figurinos caprichados e, claro, muito pó (ainda que pouco compromisso com a verossimilhança histórica). É um entretenimento absolutamente descomprometido – e sem muitas viagens no tempo.

Bastante linear, especialmente para um filme com uma máquina do tempo, Back to the Future Part III acaba sendo mais similar ao primeiro que a aventura que o antecede, mas com um história menos impactante que a original. O resultado é divertido porque já conhecemos os personagens e temos muitas expectativas, mas é brando quando a produção é analisada isoladamente.

Ainda assim, trata-se de uma história de crescimento e amadurecimento. Marty precisa lidar contra seu próprio temperamento ao mesmo tempo em que Doc Brown precisa conhecer outros sentimentos, fazer escolhas e sofrer. Como não se trata de um drama, você sabe que tudo vai dar certo no final, mas isso não muda o fato de que torcemos por esses personagens até o último instante.

Vale acrescentar que o roteiro de Bob Gale continua afiado na comédia, mas está preparado para encerrar o relacionamento com esses personagens por aqui. As consequências de cada ato são destinadas a ser mais grandiosas que nas aventuras anteriores. Para ajudar nesse aspecto, o diretor Robert Zemeckis tem um orçamento maior para efeitos especiais e ele decidiu aproveitá-los em algumas cenas selecionadas. Desse modo, tudo é construído para um clímax definitivo (e no velho oeste).

Back to the Future Part III é um encerramento bastante digno para a trilogia. Ele traz aspectos grandiosos para essa jornada e consegue ser fiel ao espírito original e homenagear seus antecessores de sua própria maneira. Dá até vontade de pedir por mais, mas talvez o ideal seja realmente encerrar enquanto tudo está funcionando bem!

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