Divagações: Seriously Single
28.9.22
Dizem que a comédia romântica é um gênero em decadência, mas eu discordo (pelo simples motivo de que eu continuo gostando). Ultimamente, tenho encontrado mais exemplos que me agradam na televisão que no cinema, mas isso não quer dizer que os filmes tenham deixado de existir. Seriously Single, por exemplo, é uma comédia romântica que explora vários clichês ao mesmo tempo em que tenta subverter vários deles sem realmente perder sua identidade. Obviamente, você sabe para onde a produção está indo, mas a graça está em saber como ela vai te levar até lá.
Dineo (Fulu Mugovhani) e Noni (Tumi Morake) são duas amigas muito diferentes. Enquanto a primeira tem sonhos românticos, ambicionando viver paixões arrebatadoras e sempre com a perspectiva de casamento bem clara, a segunda tem certa aversão a relacionamentos e acredita piamente que ser solteira é ser livre. Ainda que o estilo de vida de Noni não seja exatamente saudável emocionalmente, ele é bem melhor que o de Dineo, que acaba destruindo seus relacionamentos pelo peso de suas próprias e expectativas.
Eis que surgem homens na jogada. Lunga (Bohang Moeko) é bonito, tem dinheiro e parece ser tudo o que Dineo sempre quis – e quase dá para acreditar que ele realmente gosta dela –, mas é óbvio que há algo errado quando tudo é bom demais. Já Max (Yonda Thomas) é o dono do bar localizado no andar térreo do prédio onde elas moram. Embora ele esteja determinado a encantar Noni, é preciso admitir que ela construiu uma verdadeira muralha ao redor de si.
Assim, Seriously Single explora idas e vindas no dia a dia de suas protagonistas, com foco nas loucuras da juventude, nas dificuldades de relacionamento com o sexo oposto e nos conflitos entre elas, além de apresentar vislumbres de suas vidas trabalhistas. Curiosamente, a certinha Dineo trabalha em um lugar moderninho, enquanto a maluquinha Noni é contadora em uma firma séria – isso que acrescenta uma dimensão interessante à personagem, algo que não é muito explorado, mas que está lá.
Aliás, embora a produção se passe na África do Sul, sua história poderia facilmente acontecer em diversas outras partes do mundo, inclusive Nova York (que parece ser a casa das comédias românticas) ou por aqui. A principal dificuldade para identificação está justamente no retrato exagerado das duas amigas, que são quase caricaturas – funciona para o lado cômico, mas prejudica um pouco o romântico. Com isso, muito do apelo dramático do filme se esvai e toda a produção beira o esquecível.
De qualquer modo, a proposta de ficar brincando com as estruturas do gênero faz com que Seriously Single ganhe ares de novidade mesmo que não esteja fazendo nada intrinsecamente novo. E embora o filme, dirigido pelos irmãos Katleho e Rethabile Ramaphakela, consiga evitar muitas das armadilhas que cria para si, passando uma mensagem verdadeiramente positiva, ele parece ser construído exclusivamente de situações que já vimos antes. Ou seja, ele até é legal, mas não é original.
Seriously Single obviamente não reinventa a roda (e nem tenta), não tendo muito apelo para quem já cansou das comédias românticas. O máximo que posso dizer em seu favor é que o elenco parece estar verdadeiramente se divertindo, a ponto de isso aparecer na tela.
Dineo (Fulu Mugovhani) e Noni (Tumi Morake) são duas amigas muito diferentes. Enquanto a primeira tem sonhos românticos, ambicionando viver paixões arrebatadoras e sempre com a perspectiva de casamento bem clara, a segunda tem certa aversão a relacionamentos e acredita piamente que ser solteira é ser livre. Ainda que o estilo de vida de Noni não seja exatamente saudável emocionalmente, ele é bem melhor que o de Dineo, que acaba destruindo seus relacionamentos pelo peso de suas próprias e expectativas.
Eis que surgem homens na jogada. Lunga (Bohang Moeko) é bonito, tem dinheiro e parece ser tudo o que Dineo sempre quis – e quase dá para acreditar que ele realmente gosta dela –, mas é óbvio que há algo errado quando tudo é bom demais. Já Max (Yonda Thomas) é o dono do bar localizado no andar térreo do prédio onde elas moram. Embora ele esteja determinado a encantar Noni, é preciso admitir que ela construiu uma verdadeira muralha ao redor de si.
Assim, Seriously Single explora idas e vindas no dia a dia de suas protagonistas, com foco nas loucuras da juventude, nas dificuldades de relacionamento com o sexo oposto e nos conflitos entre elas, além de apresentar vislumbres de suas vidas trabalhistas. Curiosamente, a certinha Dineo trabalha em um lugar moderninho, enquanto a maluquinha Noni é contadora em uma firma séria – isso que acrescenta uma dimensão interessante à personagem, algo que não é muito explorado, mas que está lá.
Aliás, embora a produção se passe na África do Sul, sua história poderia facilmente acontecer em diversas outras partes do mundo, inclusive Nova York (que parece ser a casa das comédias românticas) ou por aqui. A principal dificuldade para identificação está justamente no retrato exagerado das duas amigas, que são quase caricaturas – funciona para o lado cômico, mas prejudica um pouco o romântico. Com isso, muito do apelo dramático do filme se esvai e toda a produção beira o esquecível.
De qualquer modo, a proposta de ficar brincando com as estruturas do gênero faz com que Seriously Single ganhe ares de novidade mesmo que não esteja fazendo nada intrinsecamente novo. E embora o filme, dirigido pelos irmãos Katleho e Rethabile Ramaphakela, consiga evitar muitas das armadilhas que cria para si, passando uma mensagem verdadeiramente positiva, ele parece ser construído exclusivamente de situações que já vimos antes. Ou seja, ele até é legal, mas não é original.
Seriously Single obviamente não reinventa a roda (e nem tenta), não tendo muito apelo para quem já cansou das comédias românticas. O máximo que posso dizer em seu favor é que o elenco parece estar verdadeiramente se divertindo, a ponto de isso aparecer na tela.
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