Divagações: The Goonies
7.9.22
Embora The Goonies faça parte da infância de muita gente com a mesma idade que eu (e até mais novos), algo aconteceu e eu simplesmente perdi essa experiência. Assim, fui encarar esse filme que, de alguma forma, desperta uma nostalgia – mas com o qual não tenho nenhum vínculo afetivo real. Para vocês terem uma ideia, eu não conhecia nem a sinopse direito. Meu conhecimento se resumia ao fato de que esse é um dos mais marcantes “filmes de turminha” dos anos 1980.
Os personagens principais de The Goonies são amigos e vizinhos, mas todos devem se separar em breve, pois o local onde vivem está prestes a ser transformado em um campo de golfe. Mikey (Sean Astin) é quem está lidando pior com a perspectiva de mudança. Assim, quando seus amigos encontram um mapa do tesouro no sótão de sua própria casa, ele se apega ao pedaço de papel e convence a todos de que seria interessante partir em uma aventura. Essa é a chance que eles têm de conseguirem o dinheiro para evitar a demolição das casas.
Desta forma, o grupo formado por Mikey e seus amigos – o encrenqueiro Mouth (Corey Feldman), o inventor Data (Ke Huy Quan) e o gordinho Chunk (Jeff Cohen) – parte em busca do tal tesouro, sendo logo seguidos pelo irmão mais velho de Mikey, Brand (Josh Brolin), e duas garotas com as quais ele cruza pelo caminho, a namoradeira Andy (Kerri Green) e a reclamona Stef (Martha Plimpton).
A boa notícia é que eles conseguem decifrar rapidamente as primeiras pistas e logo partem na caça ao tesouro. A má notícia é que, além das diversas armadilhas deixadas ao longo do caminho pelos piratas, eles também precisam lidar com uma família de criminosos que está em seu encalço, formada pela rigorosa Mama Fratelli (Anne Ramsey) e pelos irmãos brigões Francis (Joe Pantoliano) e Jake (Robert Davi), além do assustador Sloth (John Matuszak).
Em resumo, The Goonies conta uma aventura clássica, onde personagens falhos por natureza (são crianças e adolescentes, afinal de contas) partem atrás de uma fortuna misteriosa com um objetivo puro (permanecerem vizinhos), ainda que haja certa ganância envolvida. Para completar, seus inimigos – tanto a família de ladrões quanto os homens de capa mandados pelo banco – são claramente malvados, sem qualquer coisa que possa os redimir (ainda que haja uma exceção bem demarcada).
Desta forma, o filme se permite ser simplesmente divertido, criando uma série de situações para testar os personagens, dando oportunidades para cada um deles brilhar e, principalmente, para fortalecer a amizade. Mas The Goonies é, inevitavelmente, um filme de sua própria época. Pelo olhar de hoje, chega a ser engraçado encontrar uma produção para crianças com palavrões (ainda que estrategicamente posicionados para permitir cortes) e personagens que podem ser facilmente resumidos por adjetivos.
Inclusive, eu chamei Chuck de “gordinho” na sinopse acima justamente porque é essa característica que define a forma como ele age e a maneira como os demais se relacionam com ele. Outro exemplo marcante é a sequência em que Mouth “traduz” as instruções da mãe de Mikey (Mary Ellen Trainor) para uma faxineira que não fala inglês (Lupe Ontiveros) dando um tom verdadeiramente assustador às falas.
Atualmente, esses dois temas seriam tratados de outra forma, mas sua presença também mostra como o cinema estava começando a explorar um novo nicho de mercado: os adolescentes. The Goonies é estrategicamente construído para não ser encarado como um filme para crianças pequenas, ao mesmo tempo em que também não é uma produção para adultos (nem mesmo jovens adultos).
Assim, The Goonies é tão divertido quanto pode ser e segue funcionando como uma bela aventura. Mas isso não significa que o filme não esteja datado ou que suas estratégias mercadológicas não possam ser vistas a quilômetros de distância. E, sinceramente, ele é tudo o que eu esperava de um longa-metragem dirigido por Richard Donner, com roteiro de Chris Columbus e produzido por Steven Spielberg.
Os personagens principais de The Goonies são amigos e vizinhos, mas todos devem se separar em breve, pois o local onde vivem está prestes a ser transformado em um campo de golfe. Mikey (Sean Astin) é quem está lidando pior com a perspectiva de mudança. Assim, quando seus amigos encontram um mapa do tesouro no sótão de sua própria casa, ele se apega ao pedaço de papel e convence a todos de que seria interessante partir em uma aventura. Essa é a chance que eles têm de conseguirem o dinheiro para evitar a demolição das casas.
Desta forma, o grupo formado por Mikey e seus amigos – o encrenqueiro Mouth (Corey Feldman), o inventor Data (Ke Huy Quan) e o gordinho Chunk (Jeff Cohen) – parte em busca do tal tesouro, sendo logo seguidos pelo irmão mais velho de Mikey, Brand (Josh Brolin), e duas garotas com as quais ele cruza pelo caminho, a namoradeira Andy (Kerri Green) e a reclamona Stef (Martha Plimpton).
A boa notícia é que eles conseguem decifrar rapidamente as primeiras pistas e logo partem na caça ao tesouro. A má notícia é que, além das diversas armadilhas deixadas ao longo do caminho pelos piratas, eles também precisam lidar com uma família de criminosos que está em seu encalço, formada pela rigorosa Mama Fratelli (Anne Ramsey) e pelos irmãos brigões Francis (Joe Pantoliano) e Jake (Robert Davi), além do assustador Sloth (John Matuszak).
Em resumo, The Goonies conta uma aventura clássica, onde personagens falhos por natureza (são crianças e adolescentes, afinal de contas) partem atrás de uma fortuna misteriosa com um objetivo puro (permanecerem vizinhos), ainda que haja certa ganância envolvida. Para completar, seus inimigos – tanto a família de ladrões quanto os homens de capa mandados pelo banco – são claramente malvados, sem qualquer coisa que possa os redimir (ainda que haja uma exceção bem demarcada).
Desta forma, o filme se permite ser simplesmente divertido, criando uma série de situações para testar os personagens, dando oportunidades para cada um deles brilhar e, principalmente, para fortalecer a amizade. Mas The Goonies é, inevitavelmente, um filme de sua própria época. Pelo olhar de hoje, chega a ser engraçado encontrar uma produção para crianças com palavrões (ainda que estrategicamente posicionados para permitir cortes) e personagens que podem ser facilmente resumidos por adjetivos.
Inclusive, eu chamei Chuck de “gordinho” na sinopse acima justamente porque é essa característica que define a forma como ele age e a maneira como os demais se relacionam com ele. Outro exemplo marcante é a sequência em que Mouth “traduz” as instruções da mãe de Mikey (Mary Ellen Trainor) para uma faxineira que não fala inglês (Lupe Ontiveros) dando um tom verdadeiramente assustador às falas.
Atualmente, esses dois temas seriam tratados de outra forma, mas sua presença também mostra como o cinema estava começando a explorar um novo nicho de mercado: os adolescentes. The Goonies é estrategicamente construído para não ser encarado como um filme para crianças pequenas, ao mesmo tempo em que também não é uma produção para adultos (nem mesmo jovens adultos).
Assim, The Goonies é tão divertido quanto pode ser e segue funcionando como uma bela aventura. Mas isso não significa que o filme não esteja datado ou que suas estratégias mercadológicas não possam ser vistas a quilômetros de distância. E, sinceramente, ele é tudo o que eu esperava de um longa-metragem dirigido por Richard Donner, com roteiro de Chris Columbus e produzido por Steven Spielberg.
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