Divagações: The Lost City

Digamos que eu estivesse procurando algo bobo para assistir, que me fizesse rir um pouco e que também trouxesse um pouco de leveza. The Lost...

The Lost City
Digamos que eu estivesse procurando algo bobo para assistir, que me fizesse rir um pouco e que também trouxesse um pouco de leveza. The Lost City me pareceu ser uma boa pedida e entregou exatamente o que eu pedi (o que não quer dizer que seja a melhor opção).

Com direção dos irmãos Aaron e Adam Nee, a produção é uma comédia assumidamente ridícula e exagerada, acompanhada por um leve toque de romance. O longa-metragem também é daquele tipo que não se leva a sério, embora tenha uma protagonista sisuda – o que não parece combinar muito bem com o tipo de livro que ela escreve, mas já chego lá.

A trama de The Lost City acompanha a escritora Loretta Sage (Sandra Bullock), que está em crise após a morte do marido, um arqueólogo. Os dois eram companheiros de pesquisa e ela é uma pessoa muito acadêmica, embora suas obras sejam aventuras “picantes” que sempre contam com a presença de Alan (Channing Tatum) na capa. O modelo, inclusive, é tão vinculado à obra que ele é até mesmo convidado para acompanhar Loretta no tour para divulgação de seu mais recente volume – e os fãs estão mais interessados nele que na autora.

Logo após o início do tour, entretanto, Loretta é sequestrada por Abigail Fairfax (Daniel Radcliffe), um milionário obcecado em encontrar um valioso tesouro perdido. Ele acredita que ela é a única pessoa capaz de traduzir um manuscrito e decifrar a localização do objeto em questão. O plano, entretanto, encontra obstáculos após Alan e a editora Beth Hatten (Da'Vine Joy Randolph) contratarem o mercenário Jack Trainer (Brad Pitt) para o resgate de Loretta. Enquanto Alan parte com Jack para uma missão mais direta, Beth tenta usar todos os caminhos legais para reencontrar a escritora perdida.

Com essa premissa bastante clichê, The Lost City se contenta em criar todo o tipo de situação absurda para seguir em frente, rumo ao óbvio. A protagonista está vestindo um macacão de paetês justíssimo (que precisa ser devolvido), a participação de Pitt é exagerada ao extremo, Radcliffe parece reencarnar seu papel de Now You See Me 2, Tatum precisa lidar com sanguessugas na bunda, há um bode a bordo de um avião e por aí vai. Algumas piadas se estendem por mais tempo do que deveriam, mas preciso admitir que há variedade.

Assim, eu diria que o humor do filme funciona dentro daquilo que ele se propõe. Não há brilhantismos ou momentos particularmente espertos, apenas uma sucessão de sequências inacreditáveis e propositalmente constrangedoras. Mas, pelo menos, a produção parece estar consciente disso e brinca com a própria narrativa ao rir do estilo barato dos livros de sua protagonista (que, sinceramente, teria capacidade para algo melhor).

The Lost City, assim como seu título, é bastante genérico e não deve ser lembrado por muito tempo, ou seja, não dá para esperar muita coisa da “experiência”, por mais que a produção seja relativamente caprichada visualmente. Mesmo assim, acredito que vale como uma aventura cômica para assistir sem qualquer compromisso e, de preferência, por gente que ri fácil de qualquer coisa.

RELACIONADOS

0 recados