Divagações: The Informant!
18.3.10Ok. Ele é espertão ou é muito burro? Até que ponto pode ir a inocência de uma pessoa? Qual é o limite para trapacear sem ser descoberto? E, bom, as gravatas eram realmente tão feias assim na década de 1990?
The Informant! não responde perguntas, apenas cria. Mas você também não precisa franzir a testa tentando respondê-las. Basta apenas se surpreender e se divertir com a história de Mark Whitacre (Matt Damon), um executivo com gravatas muito bregas que acaba envolvido em uma investigação do FBI.
De uma maneira muito estranha, é impossível formar um julgamento fechado sobre esse personagem durante o filme. A cada nova descoberta investigativa o jogo muda e Mark se adapta muito facilmente às situações. Distraído e atento ao mesmo tempo.
Talvez seja culpa da atuação, do figurino, da trilha sonora ou de tudo isso junto, mas o estranho é que essa figura dúbia cativa. É difícil não torcer para que a bola de neve continue a aumentar, para que as proporções da confusão se tornem ainda mais incríveis e para que tudo dê certo para Mark e sua esposa Ginger (Melanie Lynskey, adorável como sempre).
A trilha sonora, a propósito, é um dos grandes destaques do filme. Cada cena tem o acompanhamento melódico perfeito para situar o filme como uma comédia “levemente” baseada em fatos reais e passada nos anos 1990 – disfarçados de 1980. O filme não teria a menor graça sem suas músicas escrachadas, as gravatas espalhafatosas, o topete e o bigodinho de Matt Damon.
Embora o filme tenha saído de mãos vazias nas diversas premiações a que concorreu e tenha sido pouco visto nos cinemas, ele merece ser descoberto. É divertido, intrigante e visualmente interessante (ou seja, trabalho de um Steven Soderbergh em boa forma). Uma ótima pedida para quem gosta de cinema, mas não está a fim de ver dramalhões ou filmes de guerra por hoje.
Aliás, eu já mencionei as gravatas?
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