Divagações: No Strings Attached
6.12.11
No ano passado, Natalie Portman e Mila Kunis interpretavam rivais em
um mesmo filme: Black Swan. No início de 2011, no entanto, as duas assumiram o
papel de protagonistas em dois filmes muito similares e acabaram disputando a
bilheteria – o que é uma briga mais cruel, eu diria. Embora isso não deva ter
afetado a amizade das duas na vida real, No Strings Attached e Friends with Benefits acabaram confundindo as pessoas por apresentarem o mesmo conceito:
dois amigos resolvem ter uma relação onde há sexo, mas não compromisso. Sinceramente,
eu prefiro a versão com Mila Kunis e Justin Timberlake, que é mais dinâmica e
tem personagens mais interessantes. Ainda assim, não dá para ignorar essa outra
produção.
No Strings Attached, que inclusive chegou a usar o slogan “Friendship
has its benefits”, conta a história de uma médica, Emma (Natalie Portman), e de
um assistente de produção de um programa televisivo para adolescentes, Adam (Ashton Kutcher).
Os dois se conheceram aos 14 anos em um acampamento de férias, se reencontraram
muitos anos depois na época de faculdade e até trocaram telefones, mas não se
ligaram. Quando a namorada, Vanessa (Ophelia Lovibond), o troca pelo pai, no
entanto, Adam toma um porre e decide ligar para todas as mulheres da sua
agenda. No dia seguinte, sem saber como, acorda na casa de Emma. A partir desse
ponto, os dois começam um relacionamento bastante intenso, onde basta mandar
uma mensagem para o outro quando se quer companhia.
O problema é que, como normalmente acontece nesse tipo de história,
apenas um dos dois sai beneficiado com a situação. Embora ele se divirta com a
possibilidade de fazer sexo sempre que quiser, Adam começa a se chatear com a
frieza de Emma, que faz de tudo para evitar relacionamentos mais próximos com
as pessoas. A personagem de Natalie Portman, na verdade, chega a irritar em
determinados momentos, principalmente porque suas motivações não são bem
explicadas. Seu comportamento, desde o encontro no acampamento de férias, é
frio e nem seus familiares entendem direito porque ela sempre tenta segurar as
emoções e parecer absolutamente alheia aos relacionamentos que a cercam. Já
Adam é um pouco mais interessante, tendo um relacionamento conturbado com seu
pai, Alvin (Kevin Kline), que é famoso e influente justamente no mesmo meio em
que ele tenta crescer profissionalmente.
Para não concentrar o filme apenas no casal principal, No Strings Attached conta com alguns núcleos extras de personagens: os amigos dele, adultos-adolescentes-babacas;
os amigos dela, médicos ocupados e engraçadões; os colegas de trabalho dele, pessoas
muito afetadas; e a família dela, cheia de conversas românticas. Essas pessoas
contam com um tempo equilibrado na tela, mas ninguém chega a se destacar.
Aliás, nada no filme chama realmente a atenção, pois os protagonistas não são
carismáticos e não há nada realmente diferenciado. Aliás, embora tenha produzido filmes bem interessantes, o diretor Ivan Reitman anda deixando a
desejar (detalhe: no momento, ele é o dono da cadeira em Ghostbusters III).
Embora eu tenha ficado irritada em alguns trechos, No Strings Attached
não chega a ser uma perda de tempo. É uma opção leve de comédia romântica, do
tipo previsível e esquecível. Para quem tem interesse em algo assim, ótimo, embora
haja outras opções mais interessantes – e sem o Ashton Kutcher – disponíveis por
aí.
1 recados
Acho que eu prefiri este filme do que Amizade Colorida. Claro que "Amizade" tem diversas qualidades e uma boa química entre os seus protagonistas, mas por algum motivo, eu gostei mais deste.
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