Divagações: Toy Story 4

Seja bem-vindo a mais uma continuação que ninguém pediu! Ainda assim, graças à magia da Pixar , Toy Story 4 consegue ser um filme adoráve...

Seja bem-vindo a mais uma continuação que ninguém pediu! Ainda assim, graças à magia da Pixar, Toy Story 4 consegue ser um filme adorável e que mantém a qualidade da franquia, respeitando o legado de seus antecessores (mas, assim, talvez seja bom parar enquanto o time segue ganhando).

Com direção do estreante Josh Cooley, o filme segue acompanhando a jornada emocional do caubói de brinquedo Woody (Tom Hanks) e seus amigos, mantendo o foco na incorruptível lealdade dele à criança e na enorme responsabilidade que é ser um brinquedo – tanto na relação com os humanos quanto entre seus pares. Claro que, se você for parar para pensar, esse protagonista é um cara meio chato, que vive tendo crises existenciais. Mas ainda bem que existem filmes assim, que dão espaço para personagens maduros, porém encucados com seus deveres e que levam tudo muito à sério (porém, não deixa de ser inusitado que isso ocorra justamente em uma produção para crianças).

 À história! Bonnie (Madeleine McGraw) está começando o jardim de infância, mas não está nem um pouco contente com isso. Woody acha que é importante que um brinquedo a acompanhe nessa jornada, mas seus companheiros são contra, pois levar um deles para a escola pode colocar a garotinha em apuros. Além disso, está claro que o caubói não está conseguindo se adaptar muito bem a uma realidade onde ele simplesmente não é mais o brinquedo favorito.

Porém, a própria Bonnie resolve seu dilema ao criar um brinquedo de sucata na escola, Forky (Tony Hale). Como Forky não entende muito bem seu papel como brinquedo e o importante elo que a garota desenvolveu com ele, Woody toma para si a responsabilidade de impedir que o novato se jogue no lixo. Um breve descuido, no entanto, possibilita a fuga durante uma viagem de carro.

Assim, Woody parte para o resgate e Buzz Lightyear (Tim Allen), obviamente, segue em seu encalço. No percurso, eles encontram uma antiga conhecida que acreditavam perdida, Bo Peep (Annie Potts), e alguns novos amigos, como o motoqueiro canadense Duke Caboom (Keanu Reeves), a bonequinha Giggle McDimples (Ally Maki) e umas pelúcias meio estranhas (Keegan-Michael Key e Jordan Peele). Porém, a boneca Gabby Gabby (Christina Hendricks) tem interesses escusos e parece estar disposta a atrapalhar o plano. Enquanto isso, Jessie (Joan Cusack) e os demais brinquedos tem que dar um jeito de garantir que a família de Bonnie não siga com a viagem.

Cheio de reviravoltas, revelações e momentos emocionantes, Toy Story 4 é uma aventura bem pensada, que não cai em armadilhas rocambolescas. O filme consegue segurar a atenção de pessoas de todas as idades, ainda que não seja tão efetivo quanto o anterior ao tentar fazer seu público chorar (mas não se surpreenda se os seus olhos começarem a marejar de repente).

Além disso, a animação é muito bonita e impressiona tecnicamente. A textura dos personagens está tão bem trabalhada que, mais de uma vez, eu me peguei pensando como esses brinquedos ainda se mantinham como novos, sem amassados, riscos ou sujeiras, mesmo depois de terem passado por todas essas situações. A produção também se aproveita bem dos cenários – especialmente uma loja de antiguidades e um parque de diversões – para mostrar que sabe lidar muito bem com diferentes iluminações.

Ainda assim, de certo modo, o que mais me surpreendeu foi encontrar uma fila de cinema repleta de crianças bastante empolgadas. Toy Story foi o primeiro filme que vi no cinema e, veja bem, eu tenho mais de 30 anos! Mas a animação em torno do quarto filme da série era grande entre os pequenos – e alguns estavam na segunda sessão! Para mim, isso só comprova a qualidade das histórias, que seguem encantando, independente de avanços tecnológicos na animação computadorizada.

Ao mesmo tempo, ao menos aqui em Curitiba, os fãs “maiorzinhos” conquistaram espaço suficiente para garantir um punhado de exibições legendadas pela cidade. A maior parte delas acaba sendo um pouco tarde da noite, mas só o fato de haver opções (no plural!) já é um grande avanço quando se trata de animações.

E para quem se questionou, a trilha sonora de Toy Story 4 continua adorável como sempre. Dá para ir alimentar a nostalgia sem medo algum.

Outras divagações:
Toy Story
Toy Story 2
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