Divagações: Spider-Man: Far from Home

Não sei vocês, mas eu sempre fiquei um pouco em dúvida em relação ao grande final apresentado por Avengers: Endgame . Afinal, embora uma v...

Não sei vocês, mas eu sempre fiquei um pouco em dúvida em relação ao grande final apresentado por Avengers: Endgame. Afinal, embora uma variedade de coisas importantes tenha mudado no universo cinematográfico da Marvel, muitos personagens devem simplesmente seguir seus caminhos. E eis que chega Spider-Man: Far from Home.

Como os trailers (aqueles com avisos de spoilers!) já indicavam, o longa-metragem se passa logo após a trama vivida pelo conjunto de heróis. Em uma incrível coincidência, não só Peter Parker (Tom Holland), mas também May Parker (Marisa Tomei), Ned Leeds (Jacob Batalon), MJ (Zendaya) e até mesmo Flash Thompson (Tony Revolori) haviam sido “apagados” pelo estalar de dedos de Thanos. Agora, cinco anos depois, todos seguem com suas vidas como se nada tivesse acontecido – ou quase isso, já que Peter ainda sofre bastante pelo destino de Tony Stark (Robert Downey Jr.), sentindo duramente o peso do legado de seu antigo mentor.

De qualquer modo, o jovem está disposto a tirar umas merecidas férias da vida de super-herói por meio de uma viagem escolar para a Europa. Porém, ele logo é recrutado por Nick Fury (Samuel L. Jackson), que busca por alguém que dê apoio a Mysterio (Jake Gyllenhaal), um herói de uma dimensão paralela que quer evitar que o planeta seja (novamente!) destruído. Segue-se a isso uma aventura cheia de paisagens europeias e muita correria, com o herói tentando proteger sua identidade, manter seus amigos vivos e salvar o planeta.

Confesso que, ao tirar Peter Parker de seu tradicional contexto nova-iorquino, Spider-Man: Far from Home me incomodou um pouco. Porém, já adianto que há uma cena que reúne tudo o que se poderia pedir do herói pelas ruas de Manhattan (inclusive, com a aparição de um dos meus personagens favoritos).

Mas voltando ao que interessa! A produção soube usar muito bem de seu clima adolescente para explorar diversos tópicos com mais leveza, seguindo o clima do longa-metragem anterior sempre que possível, ainda que com uma nota mais melancólica. Inclusive, apesar da trama envolver dimensões paralelas, monstros elementais (água, terra, ar e fogo) e afins, a direção de Jon Watts manteve os pés dos personagens no chão, focando em motivações bastante realistas, especialmente para os vilões.

Para completar, a polêmica questão das pessoas que retornaram após cinco anos é trazida de forma cômica, com alunos surgindo em uma quadra esportiva em meio a outra atividade escolar, piadas sobre a idade real dos personagens e a adição de Brad Davis (Remy Hii), que costumava ser só o irmãozinho franzino de alguém, mas que, agora, é o cara bonitão da turma.

Ao mesmo tempo, May – com a eventual ajuda de Happy Hogan (Jon Favreau) – precisou lidar com pessoas morando em seu apartamento e, agora, trabalha com um grupo de apoio a pessoas que “bliparam”. Ou seja, tudo foi incorporado à realidade dos personagens, afetando-a profundamente, mas sem cair na armadilha de transformar isso no fio que guia a história.

Sem entregar demais, posso dizer que Spider-Man: Far from Home é bastante divertido (sim, a Marvel segue com uma média alta de piadinhas por minuto), rocambolesco na medida certa (mais para mais que para menos) e tão encantador quanto o longa anterior. Ou seja, o público fiel deve sair bastante satisfeito da sala de cinema.

Mas a principal novidade nisso tudo é a profusão de efeitos especiais, que exploram os dilemas interiores do protagonista em plena sequência de ação. Eu – que estava triste, porém conformada, com a possibilidade de ver apenas batalhas contra os elementais – gostei bastante dessa nova perspectiva e acredito que ela se encaixou muito bem dentro da proposta do filme.

Embora não seja um grande recomeço, Spider-Man: Far from Home mostra que a Marvel tem fôlego para continuar com suas aventuras. Se a aposta em dar tons diferentes para os heróis persistir – ainda mais se acompanhada por diretores capazes de dar suas próprias perspectivas para os personagens –, o estúdio terá vida longa nos cinemas.

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