Divagações: Shôjo kakumei Utena: Adolescence mokushiroku
10.5.23
Depois de assistir uma série de 39 episódios, eu parti para um filme que reconta a história em pouco menos de uma hora e meia. Ou seja, muitas concessões foram feitas para que que Shôjo kakumei Utena: Adolescence mokushiroku funcionasse. Por um lado, a trama é mais direta e focada nas duas personagens principais; por outro, o uso de metáforas visuais ficou ainda mais concentrado – o que me faz considerar se a produção é realmente compreensível para quem não tem um conhecimento prévio do que está acontecendo.
Para quem conhece o anime, aviso que muitas histórias paralelas e envolvendo coadjuvantes foram abandonadas, assim como diversas repetições e “enrolações”. Além disso, as características físicas de alguns personagens (incluindo uniformes) e cenários foram mudados consideravelmente. Para completar, uma personagem marcante foi cortada, aparecendo apenas em uma estranha referência, e outra foi consideravelmente alterada. Infelizmente, eu não li o mangá, então, não sei como ocorreram as mudanças nesse sentido.
Com roteiro e direção de Kunihiko Ikuhara (também responsável pela série), Shôjo kakumei Utena: Adolescence mokushiroku acompanha a chegada de uma nova aluna, Utena Tenjou (Tomoko Kawakami), a um colégio interno. O local parece ter sido projetado por Escher e há um senso de descolamento entre a recém-chegada e os demais, de modo que fica claro de que há algo estranho acontecendo.
Nesta escola, o único vínculo de Utena parece ser com Touga Kiryuu (Takehito Koyasu), que ela conheceu na infância e com quem viveu um episódio traumático. É ele quem a direciona para Anthy Himemiya (Yuriko Fuchizaki), irmã do diretor (Mitsuhiro Oikawa), uma menina fria que detém o título de “Noiva da Rosa”, sendo disputada por um grupo de colegas por meio de duelos de espada.
Se essa sinopse pareceu estranha para você, imagino que isso tenha acontecido porque ela é estranha para mim também. Resumir em poucas linhas o que acontece nesse filme foi um desafio, mas a verdade é que os acontecimentos servem mais como uma grande alegoria para situações mais próximas de nós, como relacionamentos abusivos e o amadurecimento vivido na adolescência.
Shôjo kakumei Utena: Adolescence mokushiroku traz seus temas de uma maneira bastante extrema, sendo difícil compreender muitas coisas ou até mesmo se identificar. Ainda assim, há uma beleza na forma como isso é feito e nas diversas possibilidades de interpretação de cada detalhe. Eu particularmente, não gosto muito do uso da figura de um carro para simbolizar o que é “ser adulto”, mas confesso que ainda não achei uma resposta melhor para essa situação.
Aliás, a animação do longa-metragem é muito bonita e detalhada, especialmente em comparação com a série, que adotava vários recursos óbvios para economia de custos. Os cenários em constante movimento, especialmente, são de fazer inveja a muitas produções. Como espectadora, não sabia se preferiria me perder para sempre naquele lugar maravilhoso ou se entraria em desespero para sair de lá (o que, veja bem, é um ponto importante para o filme).
Desta forma, apesar de Shôjo kakumei Utena: Adolescence mokushiroku ter me cativado, o filme consegue ser tão “cabeçudo” e motivar tantas discussões sobre seus temas e significados, que eu precisei tirar uma folga de materiais desse tipo. Ainda assim, tenho certeza de que uma nova visita a esse universo traria ainda mais coisas a serem pensadas.
Para quem conhece o anime, aviso que muitas histórias paralelas e envolvendo coadjuvantes foram abandonadas, assim como diversas repetições e “enrolações”. Além disso, as características físicas de alguns personagens (incluindo uniformes) e cenários foram mudados consideravelmente. Para completar, uma personagem marcante foi cortada, aparecendo apenas em uma estranha referência, e outra foi consideravelmente alterada. Infelizmente, eu não li o mangá, então, não sei como ocorreram as mudanças nesse sentido.
Com roteiro e direção de Kunihiko Ikuhara (também responsável pela série), Shôjo kakumei Utena: Adolescence mokushiroku acompanha a chegada de uma nova aluna, Utena Tenjou (Tomoko Kawakami), a um colégio interno. O local parece ter sido projetado por Escher e há um senso de descolamento entre a recém-chegada e os demais, de modo que fica claro de que há algo estranho acontecendo.
Nesta escola, o único vínculo de Utena parece ser com Touga Kiryuu (Takehito Koyasu), que ela conheceu na infância e com quem viveu um episódio traumático. É ele quem a direciona para Anthy Himemiya (Yuriko Fuchizaki), irmã do diretor (Mitsuhiro Oikawa), uma menina fria que detém o título de “Noiva da Rosa”, sendo disputada por um grupo de colegas por meio de duelos de espada.
Se essa sinopse pareceu estranha para você, imagino que isso tenha acontecido porque ela é estranha para mim também. Resumir em poucas linhas o que acontece nesse filme foi um desafio, mas a verdade é que os acontecimentos servem mais como uma grande alegoria para situações mais próximas de nós, como relacionamentos abusivos e o amadurecimento vivido na adolescência.
Shôjo kakumei Utena: Adolescence mokushiroku traz seus temas de uma maneira bastante extrema, sendo difícil compreender muitas coisas ou até mesmo se identificar. Ainda assim, há uma beleza na forma como isso é feito e nas diversas possibilidades de interpretação de cada detalhe. Eu particularmente, não gosto muito do uso da figura de um carro para simbolizar o que é “ser adulto”, mas confesso que ainda não achei uma resposta melhor para essa situação.
Aliás, a animação do longa-metragem é muito bonita e detalhada, especialmente em comparação com a série, que adotava vários recursos óbvios para economia de custos. Os cenários em constante movimento, especialmente, são de fazer inveja a muitas produções. Como espectadora, não sabia se preferiria me perder para sempre naquele lugar maravilhoso ou se entraria em desespero para sair de lá (o que, veja bem, é um ponto importante para o filme).
Desta forma, apesar de Shôjo kakumei Utena: Adolescence mokushiroku ter me cativado, o filme consegue ser tão “cabeçudo” e motivar tantas discussões sobre seus temas e significados, que eu precisei tirar uma folga de materiais desse tipo. Ainda assim, tenho certeza de que uma nova visita a esse universo traria ainda mais coisas a serem pensadas.
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