Divagações: Dirty Dancing
4.10.23
Alguns filmes eram tão frequentes na televisão durante a minha infância que eu conheço a história de tanto ver pedaços da trama. Mas essa lembrança de uma experiência parcelada e muito distante no tempo é, obviamente, cheia de falhas. Por isso, resolvi aproveitar a oportunidade de ver Dirty Dancing sem interrupções.
A história acompanha um verão bem especial para Baby Houseman (Jennifer Grey). Ela é uma jovem cheia de privilégios que acabou de ser aceita em uma universidade de prestígio para estudar economia (ou algo assim) e que tem como ambição resolver conflitos no terceiro mundo (ou algo assim). Com esse jeito determinado, mas ainda ingênuo, ela é a filha preferida de seu pai (Jerry Orbach) e vive uma relação cheia de altos e baixos com a irmã, Lisa (Jane Brucker), que quer ser uma decoradora (ou algo assim).
Neste verão em específico, a família resolveu alugar um chalé em um hotel cheio de atividades. A equipe inclui um proeminente estudante de medicina que está trabalhando durante o verão (Max Cantor) – e que demonstra interesse por Lisa – e um instrutor de dança bonitão, Johnny Castle (Patrick Swayze), que logo chama a atenção da Baby. Entretanto, ele possui uma química interessante com a professora de dança do local, Penny Johnson (Cynthia Rhodes).
Curiosa para ver os “bastidores” do hotel, Baby acaba descobrindo as animadas festas nas dependências dos empregados, onde as danças são muito mais sensuais que as realizadas na frente dos hóspedes. Interessada neste “novo mundo”, ela também se sente impelida a ajudar quando descobre que Penny está grávida, por mais que isso envolva assumir seu lugar em uma apresentação em um hotel próximo. Consequentemente, isso envolve muitos ensaios com Johnny e os dois se aproximam.
Dirty Dancing, então, intercala montagens de ensaios de dança com o surgimento de um romance entre Baby e Johnny. Além disso, a produção mostra a menina rica caindo no conceito de seu pai (e demonstrando algum carinho pela irmã) ao se envolver em assuntos de pessoas que vivem um contexto menos privilegiado. Enquanto fica sabendo mais sobre o mundo, ela mantém sua bússola moral em uma direção firme, mas também nota que há outras forças em ação.
Ainda assim, o filme trata o contexto de vida de Johnny, Penny e companhia de uma maneira superficial. Como muita coisa fica subentendida (dou um desconto para a subtrama envolvendo um aborto, já que isso era ilegal na época), a produção dá a entender que foi realizada por pessoas mais próximas do contexto de Baby que do de Johnny. Além disso, a sexualização do protagonista masculino apenas contradiz tópicos levantados pela própria obra (embora eu não reclame totalmente, uma vez que não é sempre que vemos um filme fazer isso).
De qualquer modo, Dirty Dancing é muito menos sobre uma dança “suja” do que sobre valores morais sendo colocados em teste. Também é menos sobre sensualidade que romance. Para completar, ele conta com uma sensibilidade adolescente, que se alimenta de coisas mal explicadas e segredos desnecessários.
Dito isso, o filme acaba sendo bem mais convencional e palatável do que seu marketing costuma dar a atender (mesmo hoje em dia). Assim, embora algumas cenas objetifiquem Swayze, a produção não passa de uma história fofa a respeito de um romance de verão.
A história acompanha um verão bem especial para Baby Houseman (Jennifer Grey). Ela é uma jovem cheia de privilégios que acabou de ser aceita em uma universidade de prestígio para estudar economia (ou algo assim) e que tem como ambição resolver conflitos no terceiro mundo (ou algo assim). Com esse jeito determinado, mas ainda ingênuo, ela é a filha preferida de seu pai (Jerry Orbach) e vive uma relação cheia de altos e baixos com a irmã, Lisa (Jane Brucker), que quer ser uma decoradora (ou algo assim).
Neste verão em específico, a família resolveu alugar um chalé em um hotel cheio de atividades. A equipe inclui um proeminente estudante de medicina que está trabalhando durante o verão (Max Cantor) – e que demonstra interesse por Lisa – e um instrutor de dança bonitão, Johnny Castle (Patrick Swayze), que logo chama a atenção da Baby. Entretanto, ele possui uma química interessante com a professora de dança do local, Penny Johnson (Cynthia Rhodes).
Curiosa para ver os “bastidores” do hotel, Baby acaba descobrindo as animadas festas nas dependências dos empregados, onde as danças são muito mais sensuais que as realizadas na frente dos hóspedes. Interessada neste “novo mundo”, ela também se sente impelida a ajudar quando descobre que Penny está grávida, por mais que isso envolva assumir seu lugar em uma apresentação em um hotel próximo. Consequentemente, isso envolve muitos ensaios com Johnny e os dois se aproximam.
Dirty Dancing, então, intercala montagens de ensaios de dança com o surgimento de um romance entre Baby e Johnny. Além disso, a produção mostra a menina rica caindo no conceito de seu pai (e demonstrando algum carinho pela irmã) ao se envolver em assuntos de pessoas que vivem um contexto menos privilegiado. Enquanto fica sabendo mais sobre o mundo, ela mantém sua bússola moral em uma direção firme, mas também nota que há outras forças em ação.
Ainda assim, o filme trata o contexto de vida de Johnny, Penny e companhia de uma maneira superficial. Como muita coisa fica subentendida (dou um desconto para a subtrama envolvendo um aborto, já que isso era ilegal na época), a produção dá a entender que foi realizada por pessoas mais próximas do contexto de Baby que do de Johnny. Além disso, a sexualização do protagonista masculino apenas contradiz tópicos levantados pela própria obra (embora eu não reclame totalmente, uma vez que não é sempre que vemos um filme fazer isso).
De qualquer modo, Dirty Dancing é muito menos sobre uma dança “suja” do que sobre valores morais sendo colocados em teste. Também é menos sobre sensualidade que romance. Para completar, ele conta com uma sensibilidade adolescente, que se alimenta de coisas mal explicadas e segredos desnecessários.
Dito isso, o filme acaba sendo bem mais convencional e palatável do que seu marketing costuma dar a atender (mesmo hoje em dia). Assim, embora algumas cenas objetifiquem Swayze, a produção não passa de uma história fofa a respeito de um romance de verão.
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