Divagações: Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles

Quando Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles foi originalmente lançado, eu ainda era nova para assistir ao filme – nos Estados...

Quando Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles foi originalmente lançado, eu ainda era nova para assistir ao filme – nos Estados Unidos, a produção recebeu a classificação R, para maiores de idade; no Brasil, a classificação indicativa é 14 anos. Ainda assim, eu consigo me recordar das expectativas em relação ao longa-metragem e de toda uma curiosidade que existia em relação a ele (talvez seja uma memória fabricada, mas eu acredito nela). Claro que eu não fazia ideia do subtexto homossexual ou do fato de que uma garotinha e um homem adulto se beijam, porém, eu sabia que os atores principais eram galãs de Hollywood e que se tratava de uma história de vampiros, criaturas ao mesmo tempo muito assustadoras e muito sedutoras.

Em resumo, Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles conta a história da morte de Louis (Brad Pitt) e toda sua trajetória como um vampiro, atravessando um período de quase 200 anos. Assassinado e transformado por Lestat (Tom Cruise), um vampiro cruel e que se diverte em caçar humanos, Louis sente remorso em matar, o que faz com que haja atritos entre os dois. Eventualmente, ambos acabam se envolvendo com a morte da pequena Claudia (Kirsten Dunst) e os três passam a viver juntos, como uma família. Mas eles desconhecem a existência de outros vampiros e decidem partir em uma jornada que os leva de encontro a Armand (Antonio Banderas). O conhecimento, porém, tem seu preço.

Baseado em um livro de Anne Rice publicado em 1976, chega a ser impressionante que esta história tenha demorado quase 20 anos para chegar às telas do cinema. A obra original se tornou um sucesso de vendas e sua adaptação foi considerada por diversas vezes, com direito a uma série de nomes importantes sendo considerados para os papeis principais. Em algum momento, John Travolta esteve vinculado ao papel de Lestat.

Hoje, porém, é difícil imaginar outros atores encarnando estes personagens tão icônicos (bom, alguns até tentaram). As escolhas, aliás, foram bastante criticadas à época, com direito a um posicionamento formal da autora contra a escalação de Tom Cruise. Assim que ela viu o filme, entretanto, tudo foi esquecido. Afinal, esta é uma daquelas oportunidades em que Cruise pode se desligar da figura de bom moço e trazer à tona toda uma camada de loucura e cinismo. Ao lado de um Brad Pitt mais contido e que se contenta em ser charmoso, ele tem ainda mais oportunidades de se destacar.

E é bom ressaltar que boa parte dos méritos de Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles está no interesse do público pelo elenco (e, atualmente, na mística construída ao redor do filme). A história, convenhamos, não é muito complexa, seguindo apenas uma sequência de acontecimentos derivada da própria natureza dos personagens enquanto vampiros. Todo o grande confronto final é um pouco confuso e a motivação dos “vilões” nunca fica exatamente clara.

Ainda assim, acredito que há poucos filmes com apelos similares. Este é um filme criado para o público feminino adulto (com um claro subtexto LGBT), com atores bonitos e charmosos sendo misteriosos, inconsequentes, violentos e sedentos. Por mais que o “mom porn” tenha sido redescoberto com Fifty Shades of Grey e afins, falta a eles a elegância de Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles. Mas, convenhamos, isto é realmente para poucos.

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