Divagações: (500) Days of Summer
25.3.10Não há nada mais cult que uma comédia romântica que negue seu próprio gênero. Isso já havia acontecido com Juno, que conquistou multidões contando a história de uma menina que faz sexo com um colega por razões absurdas, engravida e decide dar o bebê para adoção. No final, obviamente, o casal fica junto.
Em (500) Days of Summer, a negação chega ao cúmulo de começar o filme com “this is not a love story”. Isso não chega a convencer totalmente, então o resultado não é tão efetivo, mas mesmo assim o filme ganhou seu espaço de comédia romântica cult do ano. Durante 95 minutos (sim, ainda existem filmes que duram menos de duas horas), os únicos assuntos serão amor, Summer e relacionamentos.
Summer, o nome que permite o trocadilho do título, é uma garota bonita e adorável interpretada por Zooey Deschanel. Ela vai trabalhar em uma empresa de cartões e não é nem um pouco difícil para o arquiteto frustrado que é Tom, personagem de Joseph Gordon-Levitt, ficar totalmente apaixonado. Por incrível que pareça, ela resolve dar uma chance a ele. Ele se envolve totalmente. Ela não.
Na verdade, como em um relacionamento comum, é difícil decidir quem está certo e quem errado. Summer é fria no relacionamento e não acredita em amor desde o divórcio dos pais, quando ela era uma menina. Já Tom insiste em algo que não está dando certo, ignora os sinais dela e até aquilo que é dito às claras, afinal ela avisou que não queria compromisso sério. Ambos irritam e encantam.
Para que valha a pena assistir uma grande DR, o filme aposta na montagem fragmentada, indo e voltando nos tais 500 dias. As vinhetas são divertidas brincam com a ideia das mudanças climáticas.
Além disso, há mais um elemento que aproxima esse filme de Juno: a importância da trilha sonora. Lá, as músicas aproximaram a menina grávida do pai adotivo de seu bebê e ajudaram a acabar com o casamento dele. Já em (500) Days of Summer, a música, as conversas sobre o assunto e até um karaokê ajudam a aproximar o casal. É um elemento constantemente presente, perceptível em cada detalhe. Em ambos os casos, a música serve para atrair o público esperado.
Ao final, o sentimento que fica é agradável. Até porque tudo não passou de uma comédia romântica disfarçada.
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