Divagações: Legend of the Guardians - The Owls of Ga'Hoole
28.10.10Lembram que eu disse que ganhei o ingresso para Legend of the Guardians: The Owls of Ga'Hoole juntamente com um kit cheio de brindes legais? Então. Resolvi ir conferir o filme! Imagino que em 3D (e com as vozes originais) seja bem melhor, mas mesmo assim valeu a pena (vontade ingrata de fazer um trocadilho mais ingrato ainda). O curta que abre o filme dá uma lembrança gostosa da infância e deve ser o máximo em três dimensões!
Legend of the Guardians: The Owls of Ga'Hoole é mais um filme dedicado ao público infantojuvenil que se baseia em um livro de fantasia. Embora eu não tenha lido a obra de Kathryn Lasky, o filme me deixou bem curiosa e me deu a sensação de que o livro deve ser muito melhor! Não que o filme seja ruim, de maneira alguma. Eu apenas gostaria de saborear aquela história contada com mais tempo e mais detalhes (o filme se baseia nos três primeiros livros). É perceptível que cortaram muita coisa para simplificar o roteiro.
A história acompanha a jornada da corujinha Soren (Jim Sturgess, no original). Afetuoso e corajoso, ele e seu irmão Kludd (Ryan Kwanten) caem do ninho e são raptados por outras corujas que os levam para um orfanato-escola. Nesse lugar, as jovens corujas são treinadas para servir aos planos maléficos de um vilão do passado lendário chamado Metalbeak (Joel Edgerton). Desesperados, Soren e sua nova amiga Gylfie (Emily Barclay) fogem em busca dos também lendários guardiões de Ga'Hoole. No caminho, fazem amizade com Twilight (Anthony LaPaglia) e Digger (David Wenham), além de reencontrar a antiga babá de Soren, a cobra Mrs. Plithiver (Miriam Margolyes).
Mas é ao chegar em Ga'Hoole que a aventura começa (ignorando o fato da jornada ser gigantesca e eles irem e virem o tempo todo). Soren e seus amigos ficam maravilhados com a imensa árvore, onde os jovens também são treinados para a batalha (mas com o objetivo de manter a paz), e denunciam os planos de Metalbeak. A partir de então, começa a batalha em nome da liberdade das corujas.
O filme tem uma animação muito convincente e consegue lidar muito bem com a limitação física dos personagens, afinal, corujas não tem braços ou mãos ou pernas muito longas. As aparências são pouco humanizadas, sendo que apenas o rosto é utilizado para expressar sentimentos. As batalhas também funcionam bem, sempre aproveitando o fato de serem aéreas para maravilhar o expectador. Além disso, os cenários impressionam. Ou seja, é uma animação muito bem realizada. Se eu pudesse, daria parabéns ao diretor de arte Grant Freckelton.
A história, como disse logo no início do texto, provavelmente é mais rica do que o que vemos na tela. Não chega a prejudicar devido a um trabalho competente de roteiro e da boa direção de Zack Snyder. Essa riqueza, inclusive, abre espaço para continuações igualmente bem-sucedidas. E que venham os próximos filmes, afinal, a série possui 15 títulos no total!
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Tenho a sincera impressão de que se alguns pequenos detalhes fossem corrigidos, o resultado do filme seria consideravelmente melhor.
ResponderExcluirComo já foi dito, ele é muito corrido em algumas partes que poderiam ter dado mais substância ao filme. A jornada em busca dos guardiões é muito pouco utilizada ( e pelos trailers dá a entender que é a principal motivação do enredo), rápida demais e inconsistente demais. O filme podia ser focado nisso sem prejuizo algum, ou talvez estender, mas uns 20 minutos das curtíssimas 1:37h de filme para dar mais profundidade a este "arco dramático". Sem contar o roteiro que deixa de lado algumas questões para dar mais agilidade a trama, a empobrecendo no processo. Como; o que as partículas? Porque os guardiões desapareceram (e reapareceram com tanta facilidade)? Existe efetivamente um “reino das corujas”?
O segundo problema são os personagens pouco explorados, sobretudo do bando do Soren. Em Senhor dos anéis, por exemplo, são pouco mais de uma hora de filme depois que a sociedade se forma (mais ou menos como aqui), mas pouco depois dessa união, o espectador já entende quem são os personagens, o que eles fazem, e quem são. Há uma sincera distinção das suas personalidades. Aqui vemos tudo muito por cima. O treinamento que deveria servir para aprofundar as habilidades de cada um passa, literalmente, voando. Sem que você entenda quem é aquele personagem e como ele age normalmente.
Pra mim esse filme tinha potencial para ser um filme bom e respeitado por todas as idades, mas as falhas de execução vão deixá-lo limitado como um filme infanto-juvenil rapidamente esquecido. É uma pena, as cenas de vôo e combate são bastante competentes, e poderiam também ter sido um pouco extendidas para criar um pouco mais de apego ao filme. Pra mim, ficou a impressão constante de “podia ter sido melhor”.