Divagações: Quantum of Solace
5.10.10
Quando Daniel Craig apareceu em Casino Royale, senti que aquele era o James Bond que eu sempre quis ver. Inteligente, ágil, enfrentando os perigos na raça e na coragem. Algo mais parecido com Jason Bourne que com o engomadinho tecnológico de Pierce Brosnan, só que com ainda mais sangue, suor e lágrimas que Bourne! Uau!
Em Quantum of Solace eu queria apenas e tão somente isso. Mais uma história com um agente secreto (que todo mundo conhece) do serviço de espionagem britânico que corre muito, atira muito, desrespeita os superiores (ele pode porque é bom e é funcionário do governo, fiquem atentos a esses detalhes) e, enfim, provoca uma tensão na busca pelo cara malvado – mesmo com você sabendo que tudo sempre acaba mais ou menos bem no final.
Mas não foi isso que eu tive. Já fazia um tempo que havia visto Casino Royale, então talvez eu tenha aumentado as expectativas para esse filme, só não posso negar que fiquei um pouco decepcionada. Além disso, por não lembrar muito bem de todos os detalhes da trama anterior, eu me senti um tanto perdida em muitas cenas, quando os personagens falavam da história de Casino Royale como se tudo aquilo tivesse acontecido ontem! Suponho que isso tenha prejudicado muitos espectadores e afastados novos. É uma característica interessante para a série e eu estarei pronta para o próximo (se ele vier um dia), mas ainda estava mais acostumada com as histórias independentes do que gostaria de admitir. Mudar tudo não é tão fácil quanto parece.
Nessa nem tão nova história, James Bond procura vingança. Sua amada morreu no filme anterior e sua nova missão tem algo relacionado a isso. Na tentativa de acabar com uma obscura rede de poder e corrupção, M (Judi Dench) sofre uma tentativa de assassinato. Bond entra rapidamente no caso com toda a sua habilidade balístico-investigativa. Assim, ele chega até Dominic Greene (Mathieu Amalric) e, também, à bela Camille (Olga Kurylenko), duas pessoas que escondem muitos segredos.
Menos estratégico e mais furioso, o Bond de Quantum of Solace perdeu um pouco do charme. Ele não apenas tem autorização para matar, como se tornou um assassino um tanto quanto frio, o que não o impede de tentar voltar à velha forma em alguns bons momentos do filme – como a breve amizade com Mathis (Giancarlo Giannini).
Ainda assim, Quantum of Solace é um bom filme de ação. Talvez não tão merecedor de reconhecimento cinematográfico quanto a antecessor, mas ainda assim divertido e capaz de prender a atenção. Os apreciadores do gênero vão gostar das cenas de perseguição, que são bem produzidas e utilizam uma variedade bem grande de meios de transporte, algo que costuma atrair a atenção masculina. Além disso, o bom trabalho de direção e roteiro mantem um padrão de qualidade homogêneo durante todo o filme e evitam que o espectador fique entediado. Apesar disso tudo, ainda fiquei com a sensação de que poderia ter sido melhor.
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