Divagações: Cowboys & Aliens
11.10.11
Quando o assunto é chamar a atenção do público adolescente e fazer um
filme cheio de explosões, correrias e gente bonita, os roteiristas
especializados em blockbusters são capazes de pensar nos maiores absurdos. No
caso de Cowboys & Aliens, oito pessoas acabaram envolvidas na missão de
transformar a história em quadrinhos de Scott Mitchell Rosenberg em um filme
pipoca lucrativo e, ao mesmo tempo, digno da direção de Jon Favreau. Embora a chance de algo com esse título dar errado pareça
alta, não dá para negar que a premissa abre portas para muitas oportunidades
cheias de estilo.
Em Cowboys & Aliens acompanhamos Jake Lonergan (Daniel Craig), um
cara durão e solitário, típico do meio oeste americano. Ou quase, já que ele
está desmemoriado a ponto de não saber se é mocinho ou bandido, além de trazer
um bracelete de metal enorme que não consegue tirar de jeito nenhum. Como ele
está machucado, rouba uns cavalos (normal) e vai até um vilarejo próximo, onde
consegue a ajuda do pastor local, Meacham (Clancy Brown). Não demora muito para
que ele arrume confusão com o playboy Percy Dolarhyde (Paul Dano), filho do
homem mais poderoso da região. Em pouco tempo, ele é detido e o xerife John Taggart (Keith Carradine) descobre que há uma recompensa razoável para quem o
capturar.
No entanto, estranhos objetos voadores sobrevoam a cidade, atirando,
causando muita destruição e sequestrando pessoas. Entre as vítimas, está o
próprio Percy Dolarhyde, o que faz com que seu pai, Woodrow Dolarhyde (Harrison Ford, marcando presença), reúna um grupo de resgate. Na comitiva, além dele e
de Jake Lonergan, estão os capangas de Dolarhyde, o xerife, o pastor, um homem que não
sabe atirar (Sam Rockwell), um menino (Noah Ringer) e a misteriosa Ella Swenson
(Olivia Wilde), uma mulher um pouco deslocada do vilarejo com quem ninguém
interage muito. No caminho, claro, eles passam por alguns apuros, como
encontrar o antigo bando de Lonergan e alguns índios furiosos.
O clima, no geral, não difere muito dos filmes de ação que temos por
aí. A diferença fica no cenário desértico, nos figurinos (que favorecem mais os
personagens masculinos que femininos) e no transporte – ao invés de trens,
barcos, carros e helicópteros, apenas naves espaciais e cavalos. Ainda assim,
essa nova roupagem foi suficiente para renovar um gênero em que a maior parte
dos filmes não tem graça alguma. Por exemplo, divulguei a resenha de The Tourist em abril e, cinco meses depois, mal lembro que vi o filme. O mesmo vale
para Unknown, Unstoppable, Salt e diversos outros. Obviamente, a história não
traz grandes inovações e não é um primor em criatividade, mas você vai lembrar
de Daniel Craig e Harrison Ford vestidos de cowboys e se espezinhando enquanto
procuram alienígenas. Isso sem contar a óbvia vantagem de ser uma história
fechada, sem aqueles buracos ao final onde tudo fica por conta de uma possível
continuação que você não vai ver tão cedo.
Assim, Cowboys & Aliens acaba se revelando uma diversão
absolutamente indolor. O filme não é especificamente intrigante, romântico ou
inteligente, mas tem trechos engraçados, personagens sensuais (sem mostrar
nada, não se preocupe), um cenário bonito e efeitos visuais convincentes. Ou
seja, é um entretenimento efetivo e perfeitamente adequado para reunir os
amigos ou a família ao redor de um balde de pipoca.
4 recados
Ficou pro DVD...
ResponderExcluirAinda tem cinemas passando o filme! Poucos, mas eles existem.
ResponderExcluirgostei desse filme, não deixa de fazer uma bonita homenagem aos faroestes, com tomadas de cavalgadas e o conflito entre indios e cowboys. Adorei a cena em q laçam um dos aliens. Gostei do texto! Abração!
ResponderExcluire gostei do filme mas recomendo que a pessoa que for ver esteja preparada para um fina cheio de tristeza acumulada(pq fica um fazio que falta para um filme ficar bom;exemplo: o nevoeiro) e no final o "Jake" fica sem ninguém e além de tudo fica comum(sem a arma dos aliens)
ResponderExcluirps:gostei do filme do inicio ao fim mas ficou faltando aquele ar de final feliz que a maioria que eu sei, gosta!